Morto a tiros durante audiência na Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS) na manhã desta segunda-feira (13), o empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, atuava no segmento automotivo há 40 anos, integrava a diretoria atual da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), e era conhecido pela sua paixão por motociclismo.

Segundo informações da Associação, Caetano participou da diretoria da ACICG no triênio 1993 a 1996, período presidido por Nelson Nachif.

Como membro do Conselho Consultivo na época, pode colaborar em feitos importantes, como a aquisição do lote e o projeto para a construção da nova sede da ACICG. Manteve-se, ainda, nas gestões seguintes, de 1996 a 2005, período em que a entidade foi liderada por Benjamin Chaia.

Atualmente, integrava a diretoria da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande como membro do Conselho Deliberativo.

Em nota, a ACIG lamentou profundamente a morte do empresário, descrevendo-o como “amistoso e carismático”, e destacando sua presença ativa nas discussões da classe empresarial e reuniões de diretoria, como “um importante apoiador de projetos e serviços da entidade e sempre disponível a ajudar”.

“Nossos sinceros sentimentos à família e amigos neste momento de dor. É uma grande perda que estamos vivenciando, tanto para a entidade quanto para o cenário empresarial. Caetano era um empreendedor otimista, atuante como empresário e participativo nas deliberações e iniciativas da Associação Comercial. Sentiremos muito a sua falta,” declarou Renato Paniago, presidente da ACICG.

No segmento automotivo desde a década de 1980, Caetano deu início a sua vida profissional com apenas 14 anos, quando trabalhou na empresa Autopeças do Gê, como revela Milton Insuela Pereira Júnior, amigo do empresário há mais de 40 anos.

“Era um apaixonado por veículos, de motocicletas à caminhões, e trabalhou como vendedor e gerente de lojas do setor”, revelou.

Caetano chegou a abrir sua própria garagem de carros, chamada Guarujá Veículos, que foi fechada quando ele se mudou para Uberlândia, em Minas Gerais. Ainda segundo Milton, o empresário ficou pela região por cerca de 15 anos, trabalhando como revendedor de caminhões.

Há aproximadamente seis anos, quando voltou para Mato Grosso do Sul, abriu na Capital a Aliança Só Hilux, loja de autopeças especializada em serviços e peças para Toyota Hilux e SW4, localizada na Rua Estevão Capriata, 310, Vila Progresso.

Apaixonado por motociclismo

Ao Correio do Estado, a Federação de Motociclismo do Estado de Mato Grosso do Sul, (Femems) revelou que Caetano teve participação na construção de pistas de motociclismo em diversas cidades, além de ter cedido sua voz ao esporte, narrando diversos campeonatos de motocross, principalmente na década de 1980.

Foi figura atuante nos bastidores e linha de frente na divulgação do Motociclismo em Mato Grosso do Sul e em movimentos que ajudaram a colocar o estado no cenário nacional do esporte.

O presidente da Femems, Salvador Machado, disse ao Correio do Estado que a perda repentina do amigo foi bastante sentida na federação.

“É uma perda lamentável. Foi um grande nome da Femems na década de 80. Voz marcante, ele esteve conosco pontualmente em Maracaju, em etapa do Campeonato Estadual Sul-Mato-Grossense de Motocross”, revelou.

Questionado sobre o ocorrido, Machado afirmou que coisas desse tipo não possuem “local e nem data”. O líder da Femems disse ainda acreditar que, se Antônio Caetano de Carvalho soubesse de algo que pudesse levar a esse desfecho, “não iria cobrar uma merreca assim.”, finalizou.

Em entrevista ao Correio do Estado, o radialista Miltinho Viana (61), amigo de Caetano a pelo menos 15 anos, relembrou o início da amizade, e lamentou o ocorrido.

“Eu também fazia locução de provas de motocross, e a gente sempre trocava ideias. Aí ele montou a empresa dele e eu comecei fazer alguns comerciais dele. Ele também patrocinava vários amigos nossos pelo interior, e divulgava a própria marca dele”, relatou.

“Ele era fantástico, ele era singular”, acrescentou.

Miltinho revelou que havia falado com Caetano na semana passada, durante as férias.

“A gente está, assim, meio passado, porque a gente não consegue entender uma coisa dessas tão rápido. Falei com ele semana passada…”, lamentou.

O crime

Na manhã desta segunda-feira (13), o empresário Antônio Caetano de Carvalho foi morto a tiros durante uma audiência de conciliação no Procon estadual, pelo policial militar reformado, José Roberto de Souza.

Segundo testemunhas, o militar realizou três disparos, dois acertaram a vítima: um na cabeça e outro no tórax. Antônio Caetano de Carvalho morreu no local, e o policial militar reformado segue foragido.

José Roberto de Souza era cliente da empresa Aliança Só Hilux, e estava devendo R$ 630 ao empresário, por uma prestação de serviço. Por conta da dívida, foi marcada a audiência de conciliação.

O caso será investigado pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande.

A Polícia Militar, por meio da assessoria de imprensa, disse que está ciente do ocorrido e que espera que o policial se apresente à Polícia Civil.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO