O senador Nelson Trad Filho (PSD-MS) está ainda mais perto de assumir um ministério do governo Bolsonaro, logo após a aprovação das reformas, principalmente a administrativa. O senador, que já era próximo do governo, estreitou ainda mais os laços, após ser um dos protagonistas na articulação que culminou na eleição do atual presidente da Casa de Leis, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que tinha a preferência do Planalto e do ex-presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Agora, Nelson Trad configura como uma das lideranças do Congresso Nacional que querem colocar em pauta diversas reformas que são caras ao governo federal, como a administrativa e a tributária.

Além disso, o Planalto quer aprovar as propostas de emenda à Constituição (PECs) do pacto federativo, emergencial e um novo programa social, que envolvem valores elevados.

No entanto, essas pautas ficaram de lado porque o foco do congresso nacional se voltou para a discussão e a votação da PEC do foro por prerrogativa de função (foro privilegiado), que vem sendo chamada de PEC da Impunidade.

Segundo o senador, o apoio do atual presidente do Senado, bem como de Alcolumbre, hoje presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), lhe dá um peso maior para assumir algum ministério, pois, se existe o apoio deles, significa que Trad é consenso entre o colégio de líderes.

“O apoio dos dois tem grande peso nessa decisão, pois aglutina a vontade da base aliada do governo, importante na aprovação de pautas importantes para ele. Porém, esse assunto ainda não foi encaminhado pelo governo, pois o foco dele hoje são as reformas e PECs que serão importantíssimas para a condução do País neste ano de pandemia e de imunização da população. Portanto, continuarei fazendo o meu trabalho e, caso eu receba o convite, sou a pessoa indicada pelo meu partido para assumir alguma pasta do Planalto”, revelou.

Entre as pastas estão a da Cidadania e a de Minas e Energia, porém, é mais provável que Nelson Trad assuma a do Desenvolvimento Regional, que tem como atual ministro Rogério Marinho.

A última pasta citada se torna a mais viável a Trad, pois é ventilado nos bastidores que Marinho deve assumir a Casa Civil, hoje ocupada pelo ministro Braga Neto. Essa mudança no governo seria um aceno ainda maior ao central, hoje fundamental para a permanência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no comando do País.

 

Proximidade

Outro movimento importante é a aproximação maior de Trad ao presidente Jair Bolsonaro. Em diversas agendas do Planalto, o senador sempre aparece ao lado de Bolsonaro, como a que ocorreu no dia 23 de fevereiro, quando o chefe do Executivo Federal foi pessoalmente ao Congresso Nacional entregar a medida provisória (MP) que trata da privatização da Eletrobras.

O senador, bem como ministros e os presidentes das Casas Legislativas, participou do ato simbólico. Ao ser perguntado sobre essa aproximação e se esse fato contribuiria para a possível ida para o governo, o senador reconheceu que ela existe e que aconteceu durante um processo, “mas não da noite para o dia”. Ele citou ainda que, como era presidente da Comissão de Relações Exteriores, representou o País em missões oficiais, como a que ocorreu no Líbano em agosto do ano passado e na visita aos Estados Unidos no início de 2020.

“Por diversas vezes estive à frente da interlocução entre minha bancada e o governo. Além disso, representei o Senado em missões oficiais. No entanto, a articulação para a eleição da presidência do Senado reconhece que esses laços se estreitaram. Outro fator que vem contribuindo para essa relação mais estreita também é a minha função como líder do PSD na Casa de Leis, pois cabe a mim levar a vontade do meu partido ao governo, e vice-versa”, encerrou.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO