Apesar de a seleção brasileira estrear apenas na segunda-feira na Copa do Mundo de Futebol Feminino, disputada na Austrália e na Nova Zelândia, o Brasil terá quatro representantes na segunda partida do primeiro dia da competição, entre Austrália e Irlanda. Entre o quarteto está uma sul-mato-grossense.
Isso porque o duelo entre Austrália e Irlanda, da primeira rodada da Copa do Mundo, será apitado por um quarteto de arbitragem brasileiro.
A equipe escolhida é formada por Edina Alves (SP-Fifa) como árbitra de campo, auxiliada por Neuza Back (SP-Fifa) e Leila Cruz (GO-Fifa). Já o VAR ficará a cargo da sul-mato-grossense Daiane Muniz (Fifa), que é federada por São Paulo.
A partida começa às 6h de Mato Grosso do Sul, nesta quinta-feira, e será o segundo confronto do primeiro dia da competição.
A Austrália é anfitriã do torneio junto da Nova Zelândia, que fará o jogo de abertura contra a Noruega, às 4h.
Para Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, a escalação das brasileiras é uma prova da evolução da arbitragem nacional.
“A escalação do quarteto feminino comprova o desenvolvimento da arbitragem brasileira. A Fifa demonstra a credibilidade no nosso trabalho ao fazer essa designação. Também nos norteia sobre o nosso conceito na arbitragem mundial. Torcemos para que eles tenham um ótimo desempenho nesta partida e em toda a competição”, disse Seneme.
A Copa do Mundo terá apenas mulheres trabalhando em campo nas equipes de arbitragem. São 33 árbitras e 55 auxiliares, e os únicos profissionais homens presentes trabalharão exclusivamente no VAR.
Além disso, será a primeira vez que o Mundial terá mulheres atuando na arbitragem de vídeo.
A seleção brasileira estreia apenas na segunda-feira, quando enfrenta o Panamá, no Hindmarsh Stadium, em Adelaide, na Austrália, às 7h.
Integrante do grupo F, a equipe comandada pela treinadora Pia Sundhage também terá duelos com França e Jamaica.
ÁRBITRA DE MS
Bandeirinha desde 2010, Daiane Caroline Muniz dos Santos, que na época era assistente em Três Lagoas, passou a integrar o quadro nacional da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 2014.
“O trabalho das mulheres na arbitragem é muito mais cobrado e quero representar bem o nosso estado. Acho prematuro, mas meu desejo é estar no quadro da Fifa”, disse Daiane na época.
Quatro anos depois, a ainda bandeirinha realizou o sonho de poder apitar partidas internacionais. Ela recebeu da CBF o escudo da Fifa.
A conquista veio aos 29 anos e, na época, ela se tornou a única representante da arbitragem de Mato Grosso do Sul credenciada para atuar em partidas internacionais.
“A notícia do escudo veio com a convocação para o Sul-Americano. Por isso, o preparo já foi iniciado logo no dia seguinte. É um momento indescritível. A gente trabalha tanto, se prepara tanto, e quando surgem essas oportunidades temos de agarrar”, destacou Daiane, em 2018.
FONTE: CORREIO DO ESTADO