Conforme boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES), casos de dengue no Estado diminuíram consideravelmente em 2021.

Faltando menos de três meses para acabar o ano, 2021 registrou 11.228 casos prováveis de dengue, enquanto em 2020, foram 52.282 em todo o ano. Em 2019, foram 65.675.

De acordo com a SES, Mato Grosso do Sul passou por dois anos seguidos de epidemia de dengue (2019 e 2020), e agora “tem apresentado um número bem menor de casos”.

Mas a pasta alerta ainda que não descarta a ocorrência de novos epidemias da doença, ainda mais com a circulação de outros sorotipos do vírus da dengue em estados vizinhos.

Vale ressaltar que os dados independem de casos considerados apenas suspeitos, quando o indivíduo apresenta sintomas, mas não é confirmada a doença através de exame.

A partir deste ano, os números que aparecem no documento são apenas dos casos prováveis, que tiveram algum tipo de confirmação, seja por diagnóstico médico ou por testagem.

Além disso, são contabilizados pacientes em investigação para a arbovirose, mas não mais os suspeitos ou descartados, como era feito antigamente.

Em relação à redução, a SES não descarta a subnotificação dos casos, quando o paciente contrai a doença, mas não é contabilizado pela regulação. Com os sistemas de saúde sobrecarregados com a pandemia da Covid-19, é possível que a população tenha deixado de comparecer aos postos de saúde.

Por outro lado, a pandemia pode ter contribuído no combate à dengue: com a população mais tempo em casa, os cuidados para a eliminação de focos do Aedes aegypti aumentaram.

Campo Grande

Com 380 casos de dengue confirmados em 2021, Campo Grande é apenas o quinto município com mais casos da doença. A Capital fica atrás de Três Lagoas (1.721), Corumbá (1.525), Maracaju (512) e Ivinhema (392).

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) também associou a baixa nos casos de dengue, e de outras arboviroses, à maior presença dos moradores em suas residências devido à pandemia de Covid-19, o que contribuiria para a manutenção de quintais limpos e redução dos focos do mosquito.

Em 2020, começaram a ser soltos mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, capazes de combater o vírus causador da dengue, com a promessa de reduzir os casos da doença.

Quando em contato com os mosquitos, essa bactéria impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no inseto.

Basicamente, o plano é liberar Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais, com as doenças, e seja estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia.

Contudo, a Sesau não cedrita a diminuição aos wolbitos, visto que eles estão estabelecidos em apenas uma região de Campo Grande. Eles só devem voar por toda a cidade até final de 2023.

A metodologia é inovadora e vem sendo avaliada simultaneamente em Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG) e Campo Grande, municípios com diferentes realidades culturais e climáticas.

Somente após avaliação dos resultados nestes locais que a possibilidade de expansão será planejada, mas a ideia é que outras regiões do interior do Estado sejam contemplados com os wolbitos e suas populações protegidas.

A SES ressaltou que a medida é a longo prazo e ainda levará um tempo até que isso se concretize. Também será necessário alinhamento entre Ministério da Saúde, World Mosquito Program, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e órgãos públicos.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO