Em quatro meses de aplicação da dose de reforço bivalente em Campo Grande, apenas 76.098 pessoas foram vacinadas com o imunizante na Capital. Levando em conta o público-alvo desta vacina os que tomaram pelo menos duas doses de imunizante contra a Covid-19 , apenas 13% da população procurou pelo reforço.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), em Campo Grande, a vacina bivalente está disponível para toda a população de 18 anos ou mais que está com o esquema vacinal completo e recebeu a última dose da vacina contra Covid-19 há pelo menos quatro meses.

Até o dia 13 de fevereiro deste ano, um dia antes do início da aplicação da vacina bivalente na Capital, 552.494 pessoas tinham tomado pelo menos uma dose de reforço de imunizantes contra a Covid-19. Levando em consideração o tempo de espera para tomar a próxima dose de reforço, este público já poderia ter procurado uma unidade de saúde para receber a aplicação da vacina bivalente.

Do total de pessoas que tomaram doses de reforço contra a Covid-19, 390.559 tinham recebido pelo menos uma dose de reforço contra o coronavírus e 161.935 já estavam com três aplicações da vacina ou mais.
Conforme informado pela Sesau, podem ser vacinados com o imunizante quem já recebeu, pelo menos, duas doses de vacinas monovalentes (Coronavac, AstraZeneca ou Pfizer) como esquema primário ou como dose de reforço, respeitando um intervalo de quatro meses da última dose.

A secretaria destaca que aqueles que ainda não completaram o ciclo vacinal e estão com alguma dose em atraso também podem procurar as unidades de saúde de Campo Grande.

O trabalhador autônomo Mayck Pereira da Silva, de 33 anos, está dentro deste parâmetro de pessoas que já tomaram as doses de reforço, porém ainda não completaram o ciclo de imunizantes com a bivalente.

Ao Correio do Estado, o trabalhador informou que já tomou as doses anteriores das vacinas contra a Covid-19 disponíveis, mas ainda falta comparecer a uma Unidade Básica de Saúde para tomar a bivalente.

“Já tomei três doses de vacina contra a Covid-19, e a última vez foi no ano passado. No meu caso, não tomei ainda a bivalente pois sempre cai minha imunidade e fico ruim, doente, e preciso estar bem de saúde para tomar novamente a vacina”, declarou.

ESTADO

Mato Grosso do Sul recebeu no mês de fevereiro, por meio do Ministério da Saúde, 242.196 doses da vacina Pfizer bivalente. Segundo dados nacionais do Ministério, já foram aplicadas 187.229 doses da bivalente no Estado. Com base no total de população de Mato Grosso do Sul, a cobertura vacinal deste imunizante é de apenas 8,7%.

De acordo com dados da Gerência Técnica de Imunização (GTI) da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Campo Grande recebeu do governo do Estado 112.056 doses da Pfizer bivalente. Diferentemente das informações apresentadas pelo município, os números da SES indicam que Campo Grande poderia estar com 29,7% da cobertura vacinal com a bivalente, em função do número de doses recebidas pela Capital.

Os municípios com as piores taxas de cobertura vacinal da bivalente no Estado, conforme informado pela SES, são Anaurilândia (7,9%), Paranaíba (8,5%), Anastácio (8,8%) e Rio Negro (10,1%).
Segundo dados do Boletim da Covid-19, divulgado ontem pela SES, na última semana, Mato Grosso do Sul registrou 5 mortes e 349 novos casos de Covid-19. Neste ano, já foram registrados 135 óbitos em Mato Grosso do Sul em decorrência da doença.

NACIONAL

Dados nacionais de aplicação da vacina bivalente atestam que a procura realmente está baixa no País.
Desde 24 de abril, o Ministério da Saúde liberou a vacina bivalente para todos aqueles com mais de 18 anos, deixando que cada governo local decidisse sobre a disponibilização do imunizante.

Até agora, somente 13% do público elegível para tomar a dose de reforço no Brasil se preocupou em tomar a vacina.

O modelo atualizado da bivalente é fabricado pela Pfizer. A vacina é composta pela cepa original do Sars-CoV-2, vírus que causa a Covid-19, identificada inicialmente em Wuhan, na China.

A vacina conta com subvariantes da Ômicron, o que confere maior proteção, que atualmente são cepas responsáveis por muitos dos casos.

A cobertura vacinal é ainda menor entre as crianças de 6 meses a 4 anos. Nessa faixa etária, o esquema mais recomendado é o de três doses da Pfizer específicas para esse público. Por enquanto, 1,4% alcançou o esquema completo.

SAIBA

Até o momento, das 76.098 doses da vacina bivalente contra a Covid-19 aplicadas em Campo Grande, 822 foram em pessoas de 12 a 17 anos com comorbidades.

A Sesau esclarece que a vacina está liberada para o público a partir de 12 anos somente para aqueles que têm comorbidades.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO