Passado o ataque na escola municipal Bernardo Franco Baís, a luz que é jogada sobre o incidente revela que esse adolescente – que esfaqueou a mãe de um aluno no fim da manhã de quinta-feira (18) em uma escola de Campo Grande -, já estava “na mira” das secretarias de educação há tempos, indicando a necessidade de um acompanhamento psicológico adequado.

Informações repassadas pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul apontam que, ainda no final de março foi registrada uma ata para informar os pais desse estudante, que foram até a escola, uma situação de vulnerabilidade e comportamento atípico.

Em explicação, a secretaria fala que a mãe se comprometeu em fazer o encaminhamento para a rede de atendimento de saúde pública, diante da orientação da necessidade de acompanhamento psicológico.

“Não temos esse poder de fazer a pessoa ser atendida de forma obrigatória. Nosso papel é fazer a orientação; instrumentalizar [as escolas] e conversar com a família”, esclarece.

Apurações indicam que o menino concluiu o ensino fundamental na Rede Municipal de Ensino (REME) ainda em 2022, migrando para a Rede Estadual (REE) para dar sequência aos estudos no Ensino Médio.

Vale ressaltar que esse tipo de situação, de convocar pais às escolas e até mesmo solicitar o acompanhamento psicológico é protocolo na REE, diante de comportamentos que necessitem uma atenção maior.

Ainda, essa situação relatada pela secretaria sobre o episódio de março indica que o acompanhamento psicológico para o adolescente de 15 anos se fazia extremamente necessário.

“A gente tem uma coordenadoria de psicologia na Secretaria, mas ela não faz atendimento clínico. Ela instrumentaliza escolas para poderem entender o que está acontecendo e foi exatamente isso que houve. A escola estava muito bem orientada e passou a sua orientação para os pais responsáveis, e houve esse comprometimento, a mãe alegou que faria encaminhamento, que ia é atrás dos órgãos necessários para poder prestar assistência especializada”, pontua.

Também, o comportamento apresentado à época chamou atenção de todo corpo organizacional da escola e secretaria de Educação, diante da gravidade dos sinais, vale destacar “pontuais”, indicados em março, postura essa que se diferencia de um “dia ruim” ao qual todos estão sujeitos.

“Mas a gente percebeu que nesse caso especial do estudante, ele estava tendo um comportamento que merecia uma atenção especial e, enfim. A observação da escola comprova que, o ato que ele fez ontem era necessário mesmo que ele tivesse esse acompanhamento, que a família infelizmente optou por não fazer”.

Por fim, a Sed complementa dizendo que a família foi alertada não somente pela rede estadual, que foi comentado que a Rede Municipal também contactava a família, nesse mesmo sentido de o estudante ter um comportamento fora do que é considerado padrão estudantil.

Relembre o caso

Com 15 anos, o adolescente armado com quatro facas e uma marreta dentro de sua mochila, atacou uma mulher que deixava o filho na Escola Municipal Bernardo Franco Baís, na avenida Calógeras.

Informações do Corpo de Bombeiros Militar expõe que o suspeito foi contido por um guarda municipal e pelo instrutor de badminton, que dá aula na escola, inclusive treina o esporte na escola com o filho da mulher atacada.

Vestido com o característico uniforme verde da Rede Estadual de Mato Grosso do Sul, o adolescente foi até a antiga escola da rede municipal para o ataque, que aconteceu próxima da secretaria da unidade escolar.

Após o crime ele foi apreendido e levado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (DEAIJ), onde prestou esclarecimento e será encaminhado para uma Unidade Educacional de Internação.

Fonte: Correio do Estado