Inaugurado oficialmente ontem, o Aquário do Pantanal, que agora se chama Bioparque Pantanal, trouxe visibilidade para uma questão antiga, que é conseguir reter em Campo Grande o fluxo de turistas que costumam visitar o interior de Mato Grosso do Sul repleto de belezas naturais.

O local será oficialmente aberto para visitação na quarta-feira, com a presença de estudantes, e durante este ano o governo do Estado prometeu que não haverá cobrança de ingressos para conhecer o empreendimento, apenas agendamento prévio em um site que será criado.

Já pensando neste fluxo de pessoas que circulam todos os meses por Bonito, Bodoquena, na região do Pantanal e outros lugares do interior do Estado, o diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Bruno Wendling, afirmou que a Pasta já está preparando material para divulgar o Bioparque em São Paulo.

“Dentro das nossas campanhas promocionais, a gente adiciona o Aquário como ancora, depois que testar o equipamento, ver que ele tem capacidade de rodar, daqui a dois, três meses, a gente começa a ter um horizonte de como a gente abre isso para o turismo”, afirmou Wendling.

“A gente já está promovendo em doses homeopáticas, a gente vai para São Paulo lançar agora o Bioparque, o trade está começando a se movimentar para que a gente tenha, quem sabe em outubro já, tudo pronto para comercializar”, complementou.

Apesar de garantir que durante este ano não será cobrado ingresso, o governo já se movimenta para que seja feita a concessão para a rede privada do local, mesmo que a “chave” do Aquário só seja entregue para esse grupo em 2023.

“Você redesenha a oferta turística do Estado. Vira um atrativo ancora, as pessoas vão pedir para vir ao Bioparque. [Vai ser feito um trabalho para atrair turistas para Campo Grande], inclusive para trazer ele mais um dia aqui, estender a estada do turista que já vem para cá, o do interior que vem para Campo Grande comprar, ele já vai ter um belo equipamento como esse, então vai compor o pacote, o roteiro das agências do interior que vendem para cá, e o turista vir de fora dentro também, ele vai para Bonito e só vai passar em Campo Grande? Não, ele vai ficar mais uma noite aqui, isso em médio prazo vai adicionar algumas milhares de diárias em hotéis, milhões de pratos a serem servidores, economia local aquecida em médio prazo”, informou.

Conforme o diretor-presidente, o governo se reuniu ontem com o Conselho Estadual de Turismo para discutir formas de incentivar essa estadia em Campo Grande para turistas que passam pelo Estado em busca dos atrativos do interior.

“O presidente do Conselho Estadual de Turismo é o presidente da Associação Brasileira de Hotéis, são parceiros, a gente vai trazer inclusive, de forma segmentada, donos de agências, recepcionistas de hotéis, garçons. A gente quer que o trade turístico de Campo Grande conheça e indique, porque o turista passa por eles. A gente vai fazer esse processo gradativo ao longo dos meses”, explicou.

A estimativa de Wendling é que, de dois a três anos, o Bioparque Pantanal esteja maturado, e que isso traga, por ano, o incremento de até 200 mil turistas para a Capital sul-mato-grossense.

“Em cima de um plano de negócios, entender a projeção de crescimento, e ela vai gradativa ano a ano para que a gente possa chegar a 100 mil, 200 mil visitantes ano no equipamento. Fora o uso do centro de convenções”.

GASTO

Para que as visitações aconteçam, depois que a empresa Cataratas desistiu de assumir o Bioparque, o governo do Estado já contratou um guia, que deve ter uma equipe de 10 a 15 pessoas. Além disso, também fica a cargo da administração estadual as despesas do Aquário e sua manutenção.

Esses gastos que o governo assume também entram na balança na hora de oferecer o produto para a concessão, justamente como forma de demonstrar a possibilidade de rentabilidade do investimento.

“A gente acabou de assumir, tem um mês que a Cataratas não quis a concessão. A gente pega essa gestão agora, desenhando o plano de gestão. Estou contratando equipe de visitação, contratei um guia chefe com mais de 30 anos de mercado para liderar essa visitação e aos poucos, concomitante, o escritório de parcerias público-privadas do governo vai desenhar um novo modelo de concessão e creio que até o fim do ano esteja pronto”, avalia Wendling.

A capacidade de atendimento diário do Bioparque Pantanal será de 300 pessoas, das quais 150 deverão ser pela manhã e mais 150 no período da tarde. O local funcionará das 8h às 11h30min e das 14h às 18h.

Acomodações

Até 2020, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em MS (ABIH-MS), Mato Grosso do Sul tinha cerca de 39 mil leitos disponíveis em seus hotéis. Somente em Campo Grande, eram 7,5 mil acomodações.

Fonte: Correio do Estado