Menos da metade das crianças entre seis meses e seis anos de idade foram vacinadas contra o vírus Influenza, causador da gripe, desde o início da campanha nacional de vacinação no dia 12 de abril. Elas fazem parte do primeiro grupo prioritário, cuja etapa de vacinação já acabou -vale lembrar que isso não impede a imunização posterior.

Apenas 41,3% das crianças foram vacinadas até agora, quase a mesma proporção das puérperas (41,1%), que também fazem parte da primeira etapa.

A imunização de outros grupos nesta fase, como gestantes (37,1%), trabalhadores de saúde (27,2%) e povos indígenas (24,3%) também está abaixo da metade.

Os dados foram fornecidos pelo Ministério da Saúde e se referem até as 16h30 desta quarta-feira (19).

“Talvez a população esteja com medo de procurar o sistema de saúde, ou tenha negligenciado mesmo a vacinação. Temos visto queda de cobertura vacinal contra todas as doenças, a gripe não é a única”, diz Luciana Becker, infectologista pediatra do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, na região central de São Paulo.

O sarampo é um exemplo disso: considerada erradicada em 1999 no Brasil, novos casos e mortes foram registrados no país nos últimos anos.

Diferente do cenário da Covid-19, as crianças são grupo de risco da gripe, principalmente as que têm até dois anos, mas também até cerca de cinco anos de idade.

Os idosos também são grupo de risco, mas fazem parte da segunda etapa da campanha nacional de vacinação contra a gripe de 2021, para que se possa respeitar o intervalo entre às duas vacinas (15 dias).

No total nacional, a cobertura vacinal está em 15,2%, com maior cobertura no Sul (19,7%) e menor no Norte (11,5%). Em números absolutos, foram distribuídas 50.846.860 doses para os estados, das quais foram aplicadas 12.162.002, segundo o Ministério da Saúde.

“Não é uma cobertura vacinal desejável. Já tivemos anos em que vacinamos cerca de 80% dos grupos prioritários em poucas semanas”, diz Luciana Becker.

A segunda etapa de vacinação prioritária contra o vírus Influenza começou no dia 11 de maio e vai até o dia 8 de junho. Nesta fase, a prioridade são pessoas com 60 anos ou mais e professores de todos os níveis de educação.

A terceira etapa, que vai do dia 9 de junho ao dia 9 de julho, pretende vacinar pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário, trabalhadores portuários, forças de segurança e forças armadas, funcionários do sistema prisional e população carcerária, incluindo jovens em medidas socioeducativas.

A vacina contra a gripe também é ofertada em farmácias e clínicas privadas.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO