O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visitará Mato Grosso do Sul hoje. Ele desembarca em Campo Grande e segue para Terenos, onde participa de solenidade de entrega de títulos de posse para produtores rurais do Assentamento Santa Mônica, em Terenos.

A viagem marcará a segunda visita de Bolsonaro ao Estado, após assumir a Presidência da República, em janeiro de 2019.

Para aliados do presidente em Mato Grosso do Sul, a oportunidade será única para apontar as demandas que o Estado tem para desenvolvimento de políticas públicas, agravadas ainda mais por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Na comitiva presidencial já marcaram presença a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina (DEM); a senadora vice-líder no Congresso Nacional, Soraya Thronicke (PSL); o deputado federal Luiz Ovando (PSL); os deputados estaduais Coronel David (sem partido) e Capitão Contar (PSL).

O evento não contará com a presença do governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), que está em viagem no Estado de São Paulo.

Quem representará o governo local será o presidente da Assembleia Legislativa (Alems), Paulo Corrêa (PSDB), que afirmou ter aceitado a solicitação do governador “prontamente”.

 

“Agradeço o convite do governador Reinaldo Azambuja, para estar amanhã [hoje] recebendo em Mato Grosso do Sul o presidente em agenda oficial. Ele teve compromisso em São Paulo, é aniversário dele, e por ter esse compromisso à noite com sua senhora não vai poder estar presente no evento”, justificou a ausência de Azambuja.

Para um dos principais aliados do presidente no Estado, Coronel David, a vinda do chefe do Executivo Nacional traz uma questão administrativa importante, principalmente nesse momento de pandemia.

No entanto, ele explica que serve também para pensar politicamente e atrair bons apoiadores para a construção de uma candidatura local e nacional para 2022.

“A vinda do presidente para discutirmos envio de recursos e apontarmos nossas necessidades é ideal. No entanto, não podemos esquecer do lado político que a representatividade de uma visita como essa traz para apoiadores e futuros aliados do presidente.”

” Para que aproveitadores não surfem na onda do presidente, como ocorreu no pleito de 2018, essa conversa mais próxima servirá para que o presidente realize bem suas escolhas para andar com ele lado a lado”, finaliza.

Já Soraya Thronicke, afirmou que a visita do presidente a Mato Grosso do Sul demonstra a preocupação e o respeito do governo federal com os pequenos agricultores rurais.

“Esses trabalhadores foram colocados nessas terras por governos anteriores sem nenhum suporte, segurança e incentivo do Estado. Com o título de suas terras, os pequenos produtores poderão ter acesso facilitado ao crédito e segurança para produzir e garantir sua fonte de renda”, explicou.

Momento delicado

O presidente Bolsonaro atravessa um momento delicado desde o início de sua gestão, em 2019. O governo se vê em meio à CPI da pandemia, que pode trazer desgastes à imagem do Planalto, junto ao eleitorado brasileiro.

Declarações sobre a pandemia e imunizantes consideradas negacionistas estão vindo à tona pelos senadores considerados independentes e da oposição.

Por exemplo, os últimos dois dias foram os mais pesados para a imagem do governo federal, pois envolveu a possível compra, de forma antecipada, das vacinas contra a Covid-19, Pfizer/BioNTech.

As declarações na quarta-feira do ex-secretário de Comunicação do Planalto Fabio Wajngarten revelaram a participação dele nas negociações com a farmacêutica.

Ontem, quem depôs foi o gerente-geral da farmacêutica Pfizer na América Latina, Carlos Murillo.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO