Mato Grosso do Sul terá produção de grãos 8,5% maior em 2021, conforme dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seu oitavo levantamento da safra de grãos.

De acordo com os dados, a produção está estimada em 22,28 milhões de toneladas na safra 2020/2021, 1,7 milhão a mais no comparativo com o desempenho da safra 2019/2020, de 20,54 milhões de toneladas.

O Estado também deve registrar aumento na área semeada, a estimativa é de que sejam cultivados 5,41 milhões de hectares, ou o equivalente a uma variação positiva de 7,7% em comparação à safra anterior, quando foram registrados 5,02 milhões de hectares em Mato Grosso do Sul.

A produtividade por hectare também deve aumentar, segundo a Conab. No ciclo passado, o Estado produziu 4.085 kg por hectare, na safra atual a estimativa é de 4.401 kg/ha.

Já a produção nacional de grãos está estimada em 271,7 milhões de toneladas, aumento de 5,7% ou 14,7 milhões de toneladas superior ao produzido em 2019/2020. A posição histórica deve-se à produção recorde da soja e aumento estimado do milho total.

A Conab prevê também o crescimento de 4,1% na área plantada. Acréscimo de 2,7 milhões de hectares, para um total de 68,6 milhões de hectares utilizados para a produção que tem como destaque a soja (aumento de 4,2%) e o milho (aumento 8,8%).

“A situação das culturas de primeira safra está no encerramento da colheita. Enquanto o milho segunda safra, em face do atraso na semeadura, mas com um porcentual significativo de desenvolvimento, a cultura dependerá das condições climáticas”, detalha a Conab.

DADOS LOCAIS

As entidades regionais também acompanham a produção dos principais cultivos. Segundo os dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS), mesmo com atraso na implantação das lavouras, a soja safra 2020/2021 registrou recorde de produção.

Com crescimento de 17,8%, foram colhidas 13,30 milhões de toneladas da oleaginosa ante 11, 32 milhões de toneladas colhidas no ciclo anterior. A maior colheita de soja da história do Estado.

O resultado para o milho segunda safra, no entanto, pode não ser tão atraente.

Em decorrência do atraso na primeira safra, 44% do milho foi plantado fora do período ideal. Com isso, os grãos estão mais sujeitos a enfrentar o frio e a estiagem, comprometendo o desenvolvimento  das lavouras.

Conforme os dados do sistema, há regiões com mais de 35 dias de estiagem e baixa expectativa de chuvas para maio e junho.

O presidente da  Associação de Produtores de Soja de MS (Aprosoja-MS), André Dobashi, explica que o milho plantado fora da janela ideal fica muito vulnerável à estiagem.

“Estas áreas estão em um estágio de desenvolvimento que necessita de chuva e o que está previsto não atende essa demanda. Então temos uma situação delicada para a safra”.

A estimativa de área plantada para o milho 2020/2021 é de 2 milhões de hectares, aumento de 5,7% ante 1,89 milhão de hectares na safra passada.

A produtividade estimada é de 75  sacas por hectare, gerando uma produção de 9,01 milhões de toneladas. Queda de 15% em relação ao ciclo anterior, quando a safrinha atingiu 10,61 milhões de toneladas.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, destaca que houve aumento de 200% das exportações de milho nos primeiros quatro meses de 2021, em razão da forte demanda por milho no mercado interno e externo para nutrição animal.

“Neste momento, temos preços muito elevados, MS com estoque de milho zerados e com previsão ruim para a próxima safra. Obviamente nos próximos meses teremos uma saída menor do grão para o exterior e consequentemente uma pressão maior sobre os preços de ração”, afirma.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO