Apesar dos benefícios de uma Reforma Tributária, os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Simone Tebet (MDB-MS), apontaram que o assunto não é prioridade para o governo e que dificilmente deve entrar na pauta do Congresso Nacional em 2021.

Durante participação no webinar Tritutologia na última sexta-feira (16), a senadora Simone Tebet disse que a Reforma Tributária é pauta prioritária para o Congresso, mas que os parlamentares dependem do Executivo para tratá-la com essa importância.

“Não se faz Reforma Tributária se o governo não quiser e, eu tenho a impressão que ela não está mais na agenda prioritária do governo e, não necessariamente a proposta que o governo quer apresentar ao Congresso Nacional é a reforma certa para o país e a que o Congresso está disposto a aprovar. Eu vejo dois grandes problemas, que é a vontade real do Executivo de reformar o sistema tributário brasileiro e que reforma entregar para o país. Somos os arquitetos dessa reforma, mas sem os números e uma base do governo eu acho muito difícil ela prosperar”.

A parlamentar ainda aponta que a pandemia pode trazer uma surpresa positiva no sentido de uma mudança no sistema tributário brasileiro. “Os números econômicos estão se deteriorando de tal forma, estamos entrando em uma crise econômica, uma recessão sem precedentes que pode exigir no fim do ano não a Reforma Tributária ideal, mas uma Reforma Tributária possível, ainda que fatiada, para que possamos entrar em 2022 com o mínimo de fôlego para que possamos sobreviver a essa pandemia”, frisou.

Concordando com Simone em relação a prioridade da Reforma Tributária, o senador, Nelsinho Trad pontuou que a mudança no sistema tributário não é vista como necessária. “Eu também vejo que não há prioridade por parte de quem deveria ter na questão de conduzir esse processo da Reforma Tributária. Se você recapitular, sem a questão da pandemia, que foi um vácuo nessa história, o governo priorizou a Reforma da Previdência e ficou em cima dessa questão”, recordou.

Ele disse, entretanto, que o talvez o tema não tenha tido a preeminência que precisa em razão de sua complexidade. “Como a Reforma Tributária é mais complexa, porque a cada pedra que você mexe ela desarruma outras dezenas, o governo pode ter vislumbrando a dificuldade que poderia ter na tramitação. Então, veio o vácuo da questão da pandemia”, comentou o senador.

O webinar foi promovido pelo Sindifisco Nacional por meio de sua Direção Nacional e a Delegacia Sindical de Mato Grosso do Sul, transmitido em tempo real na página do Youtube do Sindifisco Nacional e os participantes além de explicarem as propostas que defendem para a Reforma Tributária ainda responderam às perguntas dos internautas feitas por meio de um chat.

Participaram também do evento, o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal (Sindifisco Nacional), Kleber Cabral, e o presidente do Sindifisco Nacional em Mato Grosso do Sul, Anderson Novaes.

Fonte: Correio do Estado