As corridas da Fórmula 1 estão de casa nova. Após quatro décadas de contrato com a Globo, a emissora e a Liberty Media, dona da competição, não chegaram a um acordo para a temporada de 2021.

De olho na força do mercado e dos fãs brasileiros que, em sua grande maioria, acompanham a disputa pela tevê aberta, uma aproximação entre os executivos da Liberty e a da Band aconteceu de forma natural.

Com um contrato assinado no último mês de fevereiro, a emissora reforça sua expertise em Jornalismo e Esporte prometendo um lugar de destaque para a disputa em sua programação.

Na contramão da grade apertada e do desprestígio com que a mais popular modalidade de automobilismo do mundo estava enfrentando na Globo, a Band exibirá ao longo do ano as 23 provas do calendário do circuito.

As disputas e os treinos classificatórios vão ao ar ao vivo no sinal aberto e na Rádio BandNews FM, enquanto os treinos livres serão transmitidos pelo canal Band Sports.

Sem os direitos de transmissão desde 1980, o “reencontro” da Band com a Fórmula 1 acontece neste domingo, dia 28 de março, diretamente do Bahrein.

“A etapa será exibida na íntegra, retomando nossa história com o automobilismo e seus novos ídolos. Além disso, nosso conteúdo irá além das transmissões. A programação dominical estará voltada para os fãs da categoria e temos um time completo e experiente que vai fazer o telespectador se sentir nos bastidores da Fórmula 1”, festeja Denis Gavazzi, diretor de esportes da Band e do Band Sports.

A Band realmente juntou um time especializado para a cobertura.

Grande parte da equipe é oriunda da Globo e do SporTV e intimamente ligada ao universo da Fórmula 1, como o locutor Sergio Maurício, os comentaristas Reginaldo Leme e Felipe Giaffone e a repórter locada nos autódromos Mariana Becker.

Com espaço cada vez mais limitado na Globo, Sergio é um defensor desse “renascimento” da competição no Brasil proporcionado pela Band.

Acreditando no projeto, ele deixou para trás os 30 anos de serviços prestados na antiga emissora e acredita totalmente na visão desenvolvida pela nova casa.

“Minhas expectativas são as melhores possíveis. Depois de tanto tempo trabalhando no Grupo Globo de Comunicação, faço minha estreia em uma empresa que tem uma tradição enorme no mundo esportivo. A modalidade já teve seus dias de maior popularidade no Brasil. É uma cultura que vem desde os anos 1970 e que a Band resgata agora para dar um tratamento melhor”, torce o locutor.

Testemunha ocular de mais de 700 corridas da Fórmula 1, oito conquistas de títulos mundiais e 101 vitórias de pilotos brasileiros, Reginaldo Leme é outro que está confiante nesta nova etapa da competição no país.

Em 2019, o comentarista anunciou sua aposentadoria do posto, mas decidiu cancelar a retirada em prol do convite da Band, onde ele acredita que terá mais autonomia para dizer o que pensa e contar diversos “causos” vividos em cinco décadas dedicadas ao esporte.

“É a primeira vez que trabalho em uma equipe com 100% de profissionais apaixonados pelo automobilismo. Sinto que agora posso ficar mais à vontade para contar todas as histórias da modalidade. Existe um desejo de fazer uma transmissão mais ampla e acredito que na Band terei a oportunidade de mostrar a minha vivência na área”, analisa.

Além de Giaffone, outro piloto também chega para reforçar o time de comentaristas das transmissões: Max Wilson, campeão da Stock Car em 2010, que comentou diversas vezes os treinos livres no SporTV ao lado de Sérgio Maurício.

Os dois pilotos jamais se sentaram em um carro de Fórmula 1, mas são experientes em outras modalidades da pista e habituados com os estúdios de tevê.

“Meu foco são as estratégias das equipes e o que, muitas vezes, se passa na cabeça do piloto. Essas informações técnicas de quem já esteve ali na pista fazem com que a transmissão fique ainda mais completa”, acredita Max. J

á a repórter Mariana Becker, que mais uma vez vai rodar o mundo fazendo reportagens “in loco”.

Referência na cobertura de Fórmula 1, ela é presença confirmada nas 23 provas do calendário e acredita que o investimento da Band tem potencial para renovar o público e agradar o mais purista dos fãs da competição.

“Estou muito empolgada com o espaço que teremos para poder explorar o mundial. Queremos agradar às pessoas que entendem da modalidade, mas também despertar novas paixões”, aposta Mariana.

Fonte: Correio do Estado