A situação da pandemia que se instalou mundialmente tem se agravado a cada dia. Um campo-grandense que está preso no Peru, em Lima, relatou que está sem comida e que precisou fazer macarrão instantâneo em cafeteira. Ele apelou e pediu ajuda para parlamentares brasileiros. “Pedi para o Barbosinha (José Carlos Barbosa, deputado estadual do DEM) e para o Nelsinho (senador do PSD) para me ajudarem, porque outros países (Estados Unidos e Israel) já estão fazendo o repatriamento”, afirmou o engenheiro civil da Sanesul, José Roberto Cardoso Ferreira, de 65 anos.

De acordo com o engenheiro, a situação está grave. “Estamos sem comida e estamos fazendo miojo (macarrão instantâneo) em cafeteira”, afirmou Ferreira.

O campo-grandense viajou para Cancun, México, mas quando voltou, no dia 16 de março, foi direcionado para Lima, para fazer ponte aérea em Guarulhos, SP. “Mas quando chegamos no Peru, à meia noite, às fronteiras foram fechadas e não nos deram nenhum suporte. A Latam (empresa aérea) não nos encaminhou para nenhum hotel e tivemos que nos virar”, reclamou o engenheiro que está no país vizinho ao Brasil.

O fechamento das fronteiras se deve as ações que o Peru está tomando para minimizar a contaminação pelo coronavírus. Até o momento, o Peru tem bem menos casos que o Brasil, com 34 confirmados.

No Brasil, secretarias estaduais de saúde contabilizam 370 infectados em 18 estados e no Distrito Federal. Último balanço oficial do Ministério da Saúde aponta 291. A primeira morte foi registrada no estado de São Paulo.

O brasileiro faz apelo para que o governo se posicione. “Apesar das fronteiras estarem fechadas, o Peru liberou para repatriação e para voos humanitários”.

De acordo com o engenheiro, dados da embaixada peruana apontam que, aproximadamente, 3.700 brasileiros estão presos no Peru. “Falei com mais dois sul-mato-grossenses, mas eles estão em Cusco, 300 quilômetros de Lima”.

O engenheiro disse que a situação está grave e que não está autorizado transitar nas ruas. “Todos os restaurantes estão fechados, não tem táxi e para você ir a uma conveniência é a maior dificuldade”, declarou ele.

O brasileiro disse também que tentou sair do hotel para comprar um remédio em uma farmácia, mas não foi autorizado e que apenas o gerente do local poderia sair para fazer compras.

FRONTEIRAS FECHADAS

Diversos países da América do Sul fecharam suas fronteiras temporariamente com o objetivo de reduzir os riscos da pandemia de coronavírus. De acordo com o El País, Colômbia, Argentina e Peru decretaram no domingo (15) restrições à entrada de todos os estrangeiros não residentes. Antes, tinham adotado medidas semelhantes a Venezuela, o Equador e a Bolívia. O último país a fechar suas fronteiras foi o Uruguai, que nesta segunda-feira (16) ordenou a suspensão das entradas procedentes da Argentina e informou que também tomará medidas em sua fronteira com o Brasil. A fronteira do Brasil com Paraguai também se mantem fechada desde a última segunda.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO