Seis meses depois de sofrer uma overdose que quase ceifou sua vida, Demi Lovato arrancou lágrimas do público e foi aplaudida de pé pela platéia do Grammy Awards, que assistiu de perto a um dos momentos mais aguardados e emocionantes da noite.

Trajada com um vestido branco volumoso e acompanhada apenas pelo piano, a cantora apresentou a dolorosa Anyone, escrita e gravada quatro dias antes de ser encontrada quase sem vida em sua casa. “Eu tentei falar com o meu piano/Eu tentei falar com a minha imaginação” começou ela, que não conteve a emoção e teve que recomeçar a música em meio às lágrimas. Quando finalmente retomou o controle, todas as outras vozes se calaram. Em um estádio repleto de músicos multipremiados, ouviu-se apenas o lamento comovente de uma jovem – mas experiente – artista se abrindo para o mundo sobre os seus demônios.

Com um instrumental melancólico, a canção soa como um suplicante pedido de socorro, uma busca incessante por alguém que a ouça. Demi, que lida com a bipolaridade e abuso de substâncias desde a adolescência, não tem medo de parecer vulnerável. A canção é uma escolha consciente de finalmente contar sua história aos fãs e apresentar ao público os sentimentos que findaram no momento mais aterrorizante da sua vida. Um misto de solidão e desesperança em meio a tentativas frustradas de recuperação. “Eu falei com estrelas cadentes, mas elas nunca compreendiam. Eu me sinto estúpida quando rezo. Então porque rezo se ninguém está ouvindo?”, cantou ela nos versos que antecedem ao refrão poderoso.

E se a letra é um livro aberto que esbanja vulnerabilidade, a voz potente tratou de tomar conta de todo o auditório. “Oh, senhor, existe alguém aí? Eu preciso de alguém” finalizou em um quase sussurro, levantando a platéia do Staples Center das cadeiras. Um retorno no melhor estilo Demi Lovato: sincero, comovente e sem medo de julgamentos.

Fonte: MSN