O senador e ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes e o doleiro Dario Messer, preso no fim de julho, eram sócios da empresa dona de uma fazenda ligada ao tráfico de drogas em Capitan Bado. A cidade fica na fronteira seca entre o Brasil e o país vizinho em Coronel Sapucaia. Os dois são investigados pela operação Lava Jato no Rio de Janeiro em um desdobramento que mira em esquema de lavagem de dinheiro.
Segundo informações do site UOL, a propriedade se chama Nueva Esperanza. Em 2000, um avião carregado com maconha foi apreendido no local.
Nesse desdobramento da operação anticorrupção, a força-tarefa apura ação de doleiros que segundo o Portal G1 tinham um esquema para enviar dinheiro ao exterior em diferentes contas não rastreáveis, escapando dos olhares das autoridades e impostos.
Messer foi apontado como o mais influente entre os suspeitos. Ele comprava reais de interessados em em lavar dinheiro de propina e vendia para empresas que usavam os montantes para corromper agentes públicos.
LIGAÇÕES PERIGOSAS
Conforme UOL, Messer e Cartes eram ligados à empresa Tournon, que por sua vez era dona da Nueva Esperanza. O ex-presidente paraguaio ajudou o doleiro brasileiro a se esconder das autoridades brasileiras além da fronteira. Nesse período, o suspeito também contou com ajuda de outros investigados por tráfico e contrabando.
Essas ligações levaram, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) e a Polícia Federal (PF) a apurarem o envolvimento de Messer com esses crimes também.
Cartes, ainda conforme o UOL, considera Messer um “irmão de alma”. Ele já foi citado em relatórios de uma agência norte-americana de combate ao narcotráfico por supostas ligações com a lavagem de dinheiro.
OUTRO LADO
Procurada pelo UOL, advogados de Messer negaram qualquer ligação dele com o tráfico. “A defesa […] repudia com veemência qualquer vinculação que faça com seu nome ao tráfico de drogas. Quanto as demais acusações que pesam contra Dario, a defesa se manifestará em momento oportuno durante o processo comprovando sua inocência, a semelhança do que ocorreu em processos anteriores”, declarou o advogado Atila Machado.
Os advogados de Cartes também foram procurados. Preferiram não se manifestar
CARGA DE DROGAS
A apreensão de drogas na fazenda Nueva Esperanza ocorreu em 1º de março de 2000. Naquele dia, policiais paraguaios encontraram no imóvel um avião abandonado. A aeronave de pequeno porte tinha matrícula brasileira. Dentro dela, estavam 20 kg de cocaína e 343 kg de maconha.
Os jornais paraguaios da época noticiaram o fato. Falaram da ligação da fazenda com a empresa Tournon e citaram Horacio Cartes, que iniciava sua carreira política.
Investigadores paraguaios chegaram a dizer que droga poderia ser do traficante brasileiro Fernandinho Beira-Mar, que naquela época estava foragido.
FONTE: CORREIO DO ESTADO