Pelo menos 17 mil pessoas passaram pelo Bioparque Pantanal após o Natal e – fechado desde o dia 31 de dezembro – o maior aquário de água doce do mundo na Capital encerra 2023 com 375 mil visitantes, que vieram de 120 países diferentes, além da presença de mais de 3,8 mil municípios de todos os Estados brasileiros.

Com base nos números repassados pela administração ao Correio do Estado, até o dia 25 de dezembro 358.606 turistas estiveram no Bioparque, que encerrou suas visitações no dia 30 com cerca de 17 mil pessoas conhecendo o complexo após o Natal.

Caba apontar que desde a virada do ano o Bioparque está de portas fechadas, passando por manutenção tanto em seus tanques quanto em reparos do próprio prédio.

Feitos e marcos

No último ano o Bioparque registrou 111 novas espécies, contemplando agora 380 de água doce no total. Ao todo, foram mais de 150 reproduções, incluindo registros mundiais e nacionais inéditos.

Também em 2023 foi inaugurado o Centro de Conservação de Peixes Neotropicais (CCPN), para estudos de conservação com foco em espécies ameaçadas de extinção, um tipo de banco de dados.

Conforme a administração, essa ferramenta “proporciona a condução de estudos para a conservação das espécies, em nível molecular, taxonômico, parte de identificação de ovos e larvas e desenvolvimento de filhotes”, expõe em nota.

Atualmente mais de 40 projetos seguem em andamento no Bioparque e, como explica a Diretora-Geral do Bioparque, Maria Fernanda Balestieri, através da Gerência de Inovação e Conhecimento, esse passo se dá pelo Núcleo de Pesquisa e Tecnologias (Nuptec).

“Importante para o trabalho de pesquisa desenvolvido no empreendimento, que é um verdadeiro laboratório vivo em diversas áreas que o abrangem, como engenharia, arquitetura, áreas biológicas, psicologia, turismo, dentre outras”, pontua. Das linhas de pesquisa, cabe citar:

  • Bioeconomia,
  • Biodiversidade,
  • Biotecnologia,
  • Bioprospecção,
  • Bem-estar animal,
  • Banco genético,
  • Conservação,
  • Inteligência artificial em parques públicos,
  • Tecnologia Assistiva,
  • Turismo acessível e
  • Ictiolinguística (inédito).
    ** (Neologismo relacionando “peixe” e “linguagem”)

Também, as colaborações se deram pelo intercâmbio de pesquisadores das mais variadas instituições, como universidades dos Estados Unidos; Colômbia e Reino Unidos, e diversos representantes nacionais renomados, como:

  • FIOCRUZ-MS
  • EMBRAPA PANTANAL
  • Exército e Marinha do Brasil
  • UEMS, UFMS, IFMS, UFGD, UFRGS, UNB, UFMT
  • SESI, SENAI,
  • MS PANTANAL
  • Onçafari,
  • Papagaio Verdadeiro, entre outras

Animais de destaque

Além da famosa sucuri Gaby Amarantos, outros animais ganharam seu destaque e a atenção de muitos visitantes, caso da pequena loba batizada em homenagem à Dama do Rasqueado, Delinha.

Resgatada ainda filhote em Nova Andradina, a lobinha da espécie Cerdocyon thous, da mesma forma que Gaby e os jabutis que moram no Bioparque, integra um programa de bem-estar e qualidade de vida para animais que não podem ser reinseridos na natureza.

Além dessas, o Bioparque foi berço para a família de arraiais que cresceu, inclusive com o nascimento de duas Potamotrygon amandae, contemplando atualmente 40 espécimes de arraia, de sete espécies diferentes, sendo 14 nascidas no “apagar das luzes” de 2023.

Esse maior complexo de água doce também foi palco de outra reprodução inédita para a ciência brasileira, a de piranhas.

“Para nós, foi uma alegria. Aqui comemoramos cada vida e reafirmamos nosso compromisso com o bem-estar de cada um dos nossos animais e com o trabalho de conservação de espécies”, conclui Maria.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO