A estatal espanhola Aena anunciou nesta segunda-feira que no dia 13 de outubro, em meio a um dos feriadões de maior movimento do ano, assume oficialmente a admnistração do aeroporto de Campo Grande, arrematado junto com outros dez em agosto do ano passado, por R$ 2,4 bilhões.
Nesta lista também estão as pistas de Ponta Porã e Corumbá, que passam às mãos dos espanhóis nos dias 7 e 11 de novembro, respectivamente.
Por conta dos feriados de 11 e 12 de outubro e por causa do Dia do Professor (15), tradicionalmente boa parte das escolas da Capital decreta a chamada “semana do saco cheio”, quando as aulas são suspensas.
E por conta disso, milhares de pessoas aproveitam para viajar, principalmente para o Nordeste. E será em meio ao retorno destes viajantes que que a nova administração passará por seu primeiro teste.
Com seis aeroportos nordestinos já sob seu controle, a Aena informou que já realizou investimento de R$ 3,3 bilhões em pagamentos iniciais pelo direito de exploração das 11 novas pistas de pouso, entre as quais a de Congonhas, segunda mais movimentada do País.
Durante a primeira fase para assumir a administração dos aeroportos, segundo a assessoria da Aena, foram feitas a elaboração e aprovação dos planos de transferência operacionais. Para isso, a companhia fez visitas técnicas com mais de 60 profissionais, que participaram de 40 reuniões com os atuais administradores, a Infraero, cujos servidores estão sendo transferidos para outros estados ou órgãos públicos federais de Campo Grande.
A assessoria dos espanhões também informou que já promoveu quase 14 mil horas de treinamento a mais de 170 profissionais que vão atuar nesses aeroportos, que estão na etapa de operação assistida, com contratação de consultorias para o desenvolvimento de projetos de ampliação e modernização para cada aeroporto.
A estatal não informou quais os investimentos que serão feitos nas três pistas do Estado, mas deixou claro que eles serão concluídos até junho de 2026. Empresas terceirizadas que atuam nestes aeroportos também ainda estão à espera se terão ou não os contratos renovados, o que está deixando os trabalhadores apreensivos.
REFORMA INACABADA
Mas apesar das indefinições, está claro que a reforma do aeroporto de Campo Grande terá de ser concluída. Ao custo de R$ 39,9 milhões, as obras começaram ainda em outubro de 2019. Porém, sem concluir os trabalhos e alegando que o dinheiro não foi suficiente, a empreiteira paranaense que havia vencido a licitação abandonou tudo em meados do ano passado.
Parte dos trabalhos, principalmente para reduzir o caos no tráfego em frente aos portões de embarque e desembarque, foram realizados no começo deste ano pela própria Infraero. Mas, faltou toda a parte de acabamentos. Goteiras e infiltrações podem ser observadas em diferentes pontos. Os espaços para lojas também ficaram inconclusos e praticamente tudo está fechado.
O estacionamento, embora esteja sendo cobrada diária de R$ 32,00, está completamente aberto e estão sendo cada vez mais frequentes as reclamações de motoristas que, além de pagaram na saída do estacionamento, estão sendo coagidos a pagar a “flanelinhas” que circulam pelo espaço.
GIGANTE DA AVIAÇÃO
Responsável desde o começo de 2020 por seis aeroportos da região Nordeste (Recife (PE), Juazeiro do Norte (CE), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB), Aracaju (SE) e Maceió (AL), a Aena se apresenta como a “maior operadora aeroportuária mundial em número de passageiros, sendo que em 2019 superou os 275 milhões somente na Espanha, onde é responsável pela gestão de 46 aeroportos e dois heliportos”.
E, além da Espanha e Brasil, está presente no Reino Unido (aeroporto de Londres-Luton), México (12 aeroportos), Colômbia (2 aeroportos) e Jamaica (2 aeroportos).
Agora, além das três pista de Mato Grosso do Sul, a empresa vai assumir Congonhas (SP); Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais; e Marabá, Carajá, Santarém e Altamira, no Pará.
A partir do final de novembro, a Aena estará presente em nove estados do país, com a gestão de 17 equipamentos, que são responsáveis por cerca de 20% do tráfego aéreo nacional.
FONTE: CORREIO DO ESTADO