A seleção brasileira feminina entra em campo amanhã, às 6h (de MS), para um jogo decisivo contra a Jamaica, pela terceira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo Feminina Fifa. Apenas a vitória importa para o Brasil, e o Correio do Estado conversou com jogadoras de Mato Grosso do Sul sobre os jogos da seleção.

As atuais vice-campeãs estaduais e jogadoras de futsal da Serc/UCDB Maysa Rodrigues e Bruna Elisbão acreditam que a técnica Pia Sundhage deve colocar Bia Zaneratto como titular, assim como ocorreu no primeiro jogo contra o Panamá, para vencer a Jamaica.

“O Brasil tem uma troca de passes boa, uma triangulação ali na frente com a Debinha, com a Ary Borges e com a Bia Zaneratto achando esse passe ou essa finalização, e deve acionar bastante a Tamires, fazer bastante cruzamentos com a Bia Zaneratto na área, que é uma jogadora mais alta e tem essa opção de gol de cabeça”, comenta Maysa Rodrigues.

A companheira de time também avalia que nos dois jogos da seleção, nos quais as titulares no ataque foram outras, Bia Zaneratto “apresentou um melhor futebol”.

Cidinha Souza Dias, que já foi jogadora da seleção brasileira feminina, também acredita que Bia Zaneratto deveria começar jogando nesta quarta-feira. Segundo a ex-atleta, a jogadora do Palmeiras “sabe distribuir as jogadas, tem força física e chuta bem”, o que deve ajudar a seleção nesta decisão.

PRÓXIMO JOGO

Para vencer a Jamaica e avançar de fase, a jogadora da Serc/UCDB Bruna Elisbão acredita que é só o Brasil seguir jogando como já tem feito, ofensivamente e buscando fazer gols. A ex-seleção Cidinha comenta que o Brasil jogou bem nas duas oportunidades, mas deve ficar atento para decidir quando tiver chance de gol.
Já Maysa diz que a técnica Pia Sundhage pode usar melhor as laterais Antônia e Tamires e colocá-las no ataque, fornecendo passes e cruzamentos para criar melhor as jogadas.

“A Pia tem de analisar a nossa seleção, fazer sair mais tocando bola, sem forçar muito chutão para a frente, porque o nosso time sabe sair jogando, nós fizemos um ótimo primeiro jogo, o segundo a gente não conseguiu fazer essas triangulações, erramos muitos passes, e nesse terceiro jogo nós temos de acertar isso. Eu acho que o Brasil acertando essas trocas de passe rápido, acionando a Debinha, acionando a Tamires e a Antônia pelas laterais, vai conseguir superar a Jamaica”, opinou Maysa.

Ontem, em entrevista coletiva, as jogadoras da seleção relataram que estão cientes das dificuldades de se enfrentar a Jamaica, que melhorou bastante nos últimos quatro anos. Andressa Alves enfatizou que as jamaicanas estão bem estruturadas, mas que o Brasil tem de jogar melhor “porque é uma final”.

“Em final não se joga, se vence. Então a gente tem de entrar com esse pensamento, o importante não é golear, o importante é ganhar por 1 a 0, fazer os três pontos e passar de fase”, afirmou a meia-atacante.
A goleira da seleção Lelê reforça que a derrota contra a França já foi superada e que o foco é o jogo contra a Jamaica. Na coletiva, a goleira relatou que no treino todas as atletas conseguiram trabalhar e também foram estudadas características das adversárias.

JAMAICA

A seleção jamaicana surpreendeu nesta Copa do Mundo empatando com a França e ganhando do Panamá, conseguindo, assim, a segunda colocação no Grupo F. As jamaicanas precisam apenas de um empate com o Brasil para avançar de fase.

No entanto, o técnico Lorne Donaldson ressalta que há, sim, uma preocupação por enfrentar a seleção brasileira e destaca que vai ter de fazer “algo especial” no jogo.

A seleção da Jamaica passou por diversas dificuldades para chegar até a Copa do Mundo, principalmente financeiras, em razão da falta de apoio da Federação Jamaicana de Futebol, que não arcou com os custos do mundial. A seleção precisou abrir uma vaquinha on-line para arrecadar fundos e poder disputar a Copa.
Em função de todos esses obstáculos, o técnico destaca que é “maravilhoso” ter chance de passar de fase.

COPA

A Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia vem apresentando recordes de público e de audiência. Na estreia da Nova Zelândia, 42.137 pessoas foram ver a seleção anfitriã enfrentar a Noruega, o maior público de futebol no país, entre jogos masculinos e femininos.

Já em Sidney, no Estádio Olímpico, a seleção australiana estreou com 75.784 pessoas no local, sendo o maior número de público em uma partida de futebol feminino no país.

No Brasil, a Globo registrou 16 pontos de audiência nos dois jogos da seleção, o melhor índice desde 2008, e a CazéTV, no YouTube, chegou a 1,232 milhão de dispositivos conectados, o jogo mais visto na história.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO