O número de inscritos no programa Mais Médicos superou em quase seis vezes o de vagas disponíveis. Segundo o Ministério da Saúde, 34.070 médicos se cadastraram na chamada do programa para ocupar 5.970 postos em todo País. A estimativa da pasta é que a partir de 16 de junho as inscrições sejam confirmadas e os médicos comecem a trabalhar nos municípios escolhidos.
O maior número de inscrições foi de profissionais brasileiros (com registro médico no País e no exterior): 30.175. Além deles, 3.895 médicos estrangeiros com registros no exterior se candidataram. Brasileiros formados no País terão prioridade na seleção.
Além disso, serão observados critérios como titulação, formação e experiência prévia. Caso haja empate entre os selecionados, terá prioridade quem morar mais próximo ao município escolhido, seja formado há mais tempo e tenha maior idade.
Criado para levar auxílio médico a áreas de difícil acesso, o Mais Médicos foi alvo de críticas e acabou reformulado a fim incentivar o preenchimento de vagas.
Na quarta, uma comissão mista do Congresso Nacional aprovou Medida Provisória enviada pelo governo federal para relançar o programa. A MP ainda será apreciada pelo plenário da Câmara dos Deputados.
INCENTIVOS
A partir de agora, os inscritos selecionarão os municípios onde desejam atuar. Após essa etapa será possível identificar se os mecanismos de incentivo propostos para a ocupação de vagas em regiões remotas serão eficientes.
Um deles prevê adicional de 10% a 20% do valor da bolsa caso atue em cidades mais vulneráveis. Médicos formados com apoio do Fundo de Financiamento Estadantil (Fies) poderão ter benefícios para pagar a dívida.
Para o secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes, as mudanças surtiram efeito. “Estamos com um resultado em que 65% dos brasileiros inscritos são profissionais com registro médico no Brasil.”
Entre as alterações do Congresso na MP está a redução no prazo para que médicos estrangeiros sem revalidação do diploma atendam no País. O governo havia sugerido período de oito anos, que foi reduzido a quatro pela comissão.
Esses profissionais também deverão ser avaliados periodicamente e ter ao menos quatro anos de atuação. “Queremos transformar a atenção básica brasileira em um grande serviço de saúde-escola do SUS para que os profissionais ao longo de quatro anos façam na primeira metade uma especialização em Medicina da Família e comunidade, na segunda um mestrado profissional de modo que tenha condições de ao fim de quatro anos fazer prova de título de especialistas da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade”, observou Fernandes.
FONTE: CORREIO DO ESTADO