Mato Grosso do Sul fechou o primeiro quadrimestre deste ano com um saldo positivo de 18.519 empregos com carteira assinada criados, resultado de 139.129 admissões e 120.610 demissões no período. Os serviços e a construção civil foram os responsáveis por 57,87% das vagas geradas.

O setor de serviços tem liderado o saldo positivo na criação de vagas desde 2021, principalmente após o início da vacinação contra a Covid-19 e o arrefecimento da pandemia. Já a construção civil começou a mostrar uma plena recuperação na contratação neste ano.

Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o setor da construção civil é o segundo que mais criou vagas entre janeiro e abril. Foram 15.445 admitidos e 10.843 demitidos, gerando saldo de 4.602 vagas.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sintracom), José Abelha, o mercado da construção está aquecido.

“A gente está vendo que o mercado está melhorando os postos de trabalho. Já estão lançando novos empreendimentos, e temos uma perspectiva de melhora no setor para Mato Grosso do Sul e, principalmente, Campo Grande”, diz.

Ainda de acordo com o sindicalista, o segmento poderia ter mais trabalhadores com carteira assinada, mas há dificuldade de encontrar mão de obra.

“Hoje, muitos trabalhadores não querem trabalhar na construção civil, em razão dos baixos salários. Nós esperamos que isso melhore, até para termos um aumento muito maior em captação de vagas”, conclui Abelha.

OUTROS SETORES

No setor de serviços, foram 50.090 contratações e 43.975 demissões, resultando em saldo positivo de 6.115 vagas no período de janeiro a abril.

A Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), apontou que, após o começo deste ano ter sido fraco para o setor, Mato Grosso do Sul apresentou o segundo aumento consecutivo no ano em março.

O levantamento mostrou ainda que, com o aumento de 7,9% no volume de serviços em relação ao mês anterior, o Estado alcançou o quarto melhor índice já registrado na série histórica, que começou em 2013, e o segundo maior para o mês de março.

Ainda de acordo com o IBGE, se comparado ao mesmo período do ano passado, houve uma alta de 9,1% no volume de serviços. A variação acumulada no ano ficou em 0,6%, e o acumulado em 12 meses foi de 1,9%.

A agropecuária também mostrou bom desempenho no quadrimestre, com saldo de 4.399 vagas criadas. Na sequência, a indústria registrou saldo de 2.775 postos de trabalho, e o comércio teve o pior desempenho no período, com saldo de 628 empregos.

Apesar de registrar saldo positivo em todos os quatro meses, o acumulado é menor que o do mesmo período do ano passado.

De acordo com o doutor em Economia Michel Constantino, a Selic mantida a 13,75% desde setembro do ano passado tem influenciado um crescimento mais brando.

“A retração econômica gerada pela alta dos juros também ajuda, os preços continuam altos, e isso faz a demanda diminuir, impactando os produtores [empresários] que fazem as contratações”.

Quando considerados os principais municípios geradores de empregos, em primeiro lugar aparece Ribas do Rio Pardo, com 3.428 vagas no acumulado do ano. Na sequência aparecem Campo Grande (3.360), Três Lagoas (837), Dourados (673) e Rio Brilhante (638).

MENSAL

No mês de abril, foram criados 3.631 novos empregos formais em Mato Grosso do Sul, resultado de 32.390 admissões e 28.759 desligamentos. O mercado de trabalho demonstra estabilidade, com saldo positivo nos quatro primeiros meses deste ano.

Entre os setores, o melhor desempenho também ficou com serviços (1.678). Na sequência, aparecem indústria (852) e construção (649). O comércio empregou 331 trabalhadores com carteira assinada, e a agropecuária, 120.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, ressalta o bom desempenho da indústria e da construção como indicadores da vitalidade da economia.

“Os empregos da indústria costumam ser mais duradouros, portanto, quando há crescimento nesse setor, é um bom sinal para a economia. Já a construção civil reflete o aumento do poder aquisitivo da população”.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO