Causas
Os motivos da unificação foi a Lei Complementar 192, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada em março de 2022 pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
Ela estabelece os combustíveis e o gás de cozinha como ítens essenciais e, por isso, não podem ter alíquotas superiores a 17%.
Depois que esta Lei Complementar passou a ser aplicada, no ano passado, e em período eleitoral, os estados ajuizaram uma aguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que o legislador federal interferiu na autonomia dos entes federativos.
A adoção da tributação monofásica foi decidida em acordo entre União e governadores mediado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
O ICMS dos combustíveis acabou limitado em 17%, porém, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) passou a adotar uma média nacional dos preços dos combustíveis para formar a base de cálculo, o que faz com que em Mato Grosso do Sul o tributo sobre os combustíveis subisse.
No Estado, a alíquota da gasolina já era de 17% (mas a base de cálculo ou pauta fiscal era menor) e alíquota do diesel, que era de 12%.
Estado já arrecada mais
O volume extra de arrecadação com a nova forma de tributação de combustíveis, deve dar mais estabilidade financeira ao Estado, que já verifica, nos quatro primeiros meses deste ano um aumento de 12,67% no volume bruto de arrecadação; e 13,43% mais só de ICMS no período entre janeiro e abril.
Enquanto no primeiro quadrimestre de 2022, Mato Grosso do Sul arrecadou R$ 5,94 bilhões em impostos, em 2023 a arrecadação bruta dos primeiros quatro meses foi de R$ 6,69 bilhões.
Quando se trata apenas de ICMS, nos primeiros quatro meses de 2022, o volume arrecadado com o tributo foi de R$ 4,82 bilhão.
Já no mesmo período deste ano, o total é de R$ 5,33 bilhões.
Quando se trata apenas da arrecadação de ICMS sobre os combustíveis vendidos no varejo, também houve um aumento de 21,92% na arrecadação, conforme dados do Confaz. São R$ 1,42 bilhão arrecadados no ano passado, contra R$ 1,73 bilhão deste ano.
Somente em abril, no mês mais recente das estatísticas, também há um aumento significativo da arrecadação no segmento, mesmo com a redução das alíquotas de gasolina, etanol e gás de cozinha (diesel sempre teve a menor alíquota do Brasil desde 2018), de um ano para cá.
Foram R$ 373 milhões de ICMS sobre o setor terciário de petróleo e combustíveis em abril de 2022, contra R$ 470,8 milhões em abril último. O gás natural, que teve aumento na comercialização.
FONTE: CORREIO DO ESTADO