Conforme adiantado pelo Correio do Estado, 70% dos motoristas de transporte por aplicativo paralisaram atividades nesta segunda-feira (15), em Campo Grande.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Motoristas de Aplicativo (Applic-MS), Paulo Pinheiro, os outros 30% não aderiram a greve e permanecem nas ruas trabalhando. No interior de Mato Grosso do Sul, a adesão ao protesto também foi grande e a maioria dos motoristas não estão trabalhando.
Com alta procura e baixa demanda de motoristas, o preço da corrida disparou e está custando até cinco vezes mais. Segundo Pinheiro, uma corrida rápida e curta de R$ 10, está custando R$ 50 neste dia de paralisação.
“No período da manhã teve diferença nos valores por conta deste protesto. Nossa orientação é que a população não pague os valores que as plataformas estão mandando. Isso é um absurdo, a gente acha isso totalmente desleal com a população. Não pague esse valor. Não aceite”, pediu.
Idosa e dona de casa, Maria Cristina Alves, utiliza transporte por aplicativo para ir e voltar da casa da neta usualmente e se deparou com os altos preços no dia de hoje.
“Hoje não consegui chamar o Uber, pois os preços estavam absurdamente caros. A gente entende que eles estão reivindicando por melhores condições de trabalho, mas o passageiro também sofre com isso”, contou.
De acordo com a taxista e proprietária de um ponto de táxi na avenida 14 de julho, Valdirene Alves, o movimento na procura por corridas aumentou na manhã desta segunda-feira (15).
“Hoje está bom de corrida. Geralmente é bom, mas hoje está melhor, acho que deve ser por causa da paralisação do aplicativo”, declarou.
PROTESTO
Em manifestação nacional, motoristas de aplicativo de todos os estados brasileiros, inclusive de Mato Grosso do Sul, paralisaram atividades nesta segunda-feira (15).
Os motoristas reivindicam a alta taxa cobrada (25% a 40%) pelas plataformas em cada corrida.
Por exemplo, uma corrida que custa R$ 10 ao passageiro, de R$ 2,50 a R$ 4 fica para a plataforma e o restante para despesas com combustível, troca de óleo, plano de internet, pneu, IPVA, seguro do carro, e, por último, lucro do motorista.
Outra reivindicação é o baixo preço das corridas, determinado pela plataforma, que é barato, beneficiando apenas o passageiro e não o motorista.
Com isso, os condutores almejam a diminuição da taxa cobrada pelas plataformas e aumento do preço das corridas, pois, só assim será possível arcar com as despesas do veículo, acompanhar o preço do combustível e lucrar.
Pinheiro ainda pede desculpas para os campo-grandenses e clama que colabore neste momento, pegando carona e retirando os veículos das garagens apenas neste dia de paralisação.
“Chegou o momento de união entre todos. Lá na frente todos irão ganhar, pois o nosso motorista sendo melhor remunerado vai atender até melhor seu passageiro(a), com mais eficiência, simpatia, agilidade e o mais importante com excelência”, destacou Pinheiro.
O Correio do Estado entrou em contato com a Uber e 99 Pop, mas, até o fechamento desta reportagem, não foi respondido. O espaço segue aberto para resposta.
NÚMEROS
De acordo com o presidente da Aplic-MS, Paulo Pinheiro, existem:
- 62 mil motoristas de aplicativo em Mato Grosso do Sul – se contar os moto-entregadores de delivery, o número chega a 99 mil
- 350 mil-500 mil usuários/passageiros
- Os municípios que abrangem corridas por aplicativo são Campo Grande, Ponta Poraã, Dourados, Rio Brilhante, Três Lagoas, Corumbá, Paranaíba, Costa Rica, Nova Andradina e Naviraí.
- As plataformas existentes em Mato Grosso do Sul são Uber, 99 POP e In drive.
FONTE: CORREIO DO ESTADO