O governo de Mato Grosso do Sul lançou ontem o Programa MS Saúde: Mais Saúde, Menos Fila. Até abril de 2024, o Estado pretende zerar a fila de espera de pouco mais de 15 mil cirurgias eletivas. Após esse prazo, o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões, informa que o objetivo é atender à demanda com mais rapidez e evitar a formação de novas filas.
“O programa está planejado para os próximos 12 meses. A nossa ideia é que, reduzindo a fila, a partir do ano que vem possamos ter um programa contínuo de cirurgia eletiva, que não exija eventos de mutirão como este. O ideal é que as pessoas realizem os procedimentos cirúrgicos à medida que elas forem tendo necessidade”, disse Simões.
O programa terá um investimento de R$ 45 milhões do governo e R$ 7,9 milhões de recursos federais, provenientes da bancada federal e do governo federal. O MS Saúde é uma versão atualizada do Caravana da Saúde, criado em 2015 pelo então governador, Reinaldo Azambuja.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, o novo programa aperfeiçoou alguns pontos do Caravana, como a inserção de cirurgias reparadoras, as quais são mais de natureza estética, como a ginecomastia, que é o desenvolvimento anormal de mamas em homens, e a cirurgia de orelha de abano.
Esse procedimento visa diminuir o bullying no âmbito escolar. A iniciativa é uma parceria com a Secretaria de Estado de Educação (SED).
O governador Eduardo Riedel (PSDB) frisou a importância da cirurgia de orelha de abano nos adolescentes, para que eles possam ter uma melhor qualidade de vida.
“No ano passado, foram registrados mais de 140 casos [de bullying] em Mato Grosso do Sul. Então, nós temos previstas aproximadamente 350 cirurgias no Estado por meio do programa, e isso é fundamental para o bem-estar dessas crianças e adolescentes”, disse.
Outra novidade é o acompanhamento após as cirurgias. “Afinal, é muito importante conferir após o procedimento cirúrgico, para que tenhamos as mínimas condições de avaliar se o procedimento a que o paciente foi submetido obteve o desfecho esperado. Ou seja, a melhora da sua saúde”, relatou Simões.
Riedel afirmou que o programa, além de zerar as demandas das cirurgias eletivas, visa acabar com as filas para exames, que está atualmente em cerca de 40 mil. O governador informa que os recursos já estão disponíveis, e a Secretaria de Estado de Saúde (SES) credenciará os municípios para que os procedimentos comecem imediatamente.
Para atingir a meta, não apenas hospitais públicos participarão do programa. O credenciamento está aberto e contará principalmente com hospitais filantrópicos.
“Toda rede que está apta a realizar determinada cirurgia e os laboratórios de exames recebem uma tabela específica, que chega a até seis vezes o valor do SUS, para que a gente tenha, dentro dessa contratualização, essa pactuação, com as cirurgias e os exames sendo feitos”, declarou Riedel.
Esses contratos foram realizados com base na Tabela SUS, que é a referência para remuneração dos prestadores de serviços de saúde pública, mas com um reajuste, em razão da falta de atualização da tabela.
“A Tabela SUS deve ter 11 anos que não sofre reajuste, ela está completamente defasada, então a gente multiplicou. Alguns procedimentos que já tinham uma boa valorização multiplicamos por dois, que, aliás, é a portaria do governo federal, aqueles em que a tabela é muito defasada chegamos a multiplicar até seis vezes”, explicou Simões.
O secretário também alertou os prefeitos sobre a importância de uma equipe completa para a realização das cirurgias, o que é uma necessidade em muitos municípios do Estado, que, apesar de terem centros cirúrgicos bem equipados, não têm equipes médicas completas, que fazem com que os procedimentos sejam parte da rotina.
CARAVANA DA SAÚDE
O Programa Caravana da Saúde foi criado em 2015, no primeiro ano de mandato do ex-governador Reinaldo Azambuja.
O programa visava a reestruturação dos serviços de saúde e a redução de filas para exames e cirurgias. No primeiro ano, o Caravana da Saúde atendeu as 11 microrregiões de saúde por mês, e a meta era de 18 mil procedimentos.
SAIBA
Para o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões, a pandemia de Covid-19 influenciou no represamento das cirurgias eletivas.
FONTE: CORREIO DO ESTADO