Dando sequência aos atos de manifestação contra o Novo Ensino Médio em Mato Grosso do Sul, a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS) anunciou que vai aderir a Greve Geral da Educação.
O movimento de paralização dos professores de rede pública acontecerá no dia 26 de abril (quarta-feira), segundo o presidente da FETEMS, Jaime Teixeira, em entrevista para o Correio do Estado, a ocorrerá em apenas neste dia.
“Nossa programação de manifesto pedindo a revogação do Novo Ensino Médio terá na última semana de abril diversos debates, com um dia de paralisação dos professores”, disse Jaime.
A concentração da Greve do dia 26 de abril está programada para iniciar às 8h, na sede do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP).
De acordo com a Fetems, além do ato afavor da revogação do Novo Ensino Médio, a categoria também pedirá pelo cumprimento da Lei do Piso, Segurança nas Escolas, abertura de Concurso Público e gestão democrática.
A greve geral faz parte da 24ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que neste ano acontece de 24 a 28 de abril.
As manifestações pedindo a revogação do Novo Ensino médio em Mato Grosso do Sul iniciaram no dia 11 de abril com uma audiência publica sobre o tema, nesta quarta-feira(19), uma passeata nas ruas de Campo Grande também foram organizadas pelo sindicato.
MOTIVOS DE REVOGAÇÃO
Pressionado por críticas de educadores e estudantes, o governo federal pode suspender a implementação do novo Ensino Médio.
O Ministério da Educação (MEC), ciente dos questionamentos sobre o novo Ensino Médio, abriu uma consulta pública para avaliação e reestruturação da política nacional de Ensino Médio.
A portaria foi publicada no mês de março, com um prazo de 90 dias para as manifestações e possibilidade de prorrogação.
O presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Jaime Teixeira, declarou ao Correio do Estado que o novo Ensino Médio é muito mal feito e, conforme sua avaliação, há vários aspectos para que haja um movimento nacional de revogação da reforma.
“Esta proposta do novo Ensino Médio não foi discutida com a sociedade, a carga horária das disciplinas básicas foi diminuída em 25%. Isso aconteceu para dar mais horas para as eletivas, que trazem uma diversificação pobre, como, por exemplo, aula que ensina a fazer sabão”, disse Teixeira.
De acordo com o presidente da Fetems, a reforma do Ensino Médio não teve uma preparação prévia para diretores e professores sobre as novas disciplinas que compõem a formação técnica e profissional.
“A nova grade curricular como está atualmente, leva a uma formação mais pobre do ensino básico dos estudantes com essas aulas eletivas. O formato não capacita a profissionalização dos alunos e nem prepara eles para um vestibular. Por isso precisamos rediscutir os itinerários”, afirmou o presidente da Fetems.
Com diversas matérias eletivas na grade curricular, conforme o professor, várias escolas da Rede Estadual de Ensino (REE) não teriam estrutura adequada para as novas disciplinas do novo Ensino Médio serem ministradas.
“Os direitos dos professores também são atacados com esta reforma, porque na lei até 30% dos docentes que dão aula das disciplinas itinerantes não precisam ser formados em Pedagogia”, relatou Teixeira.
FONTE: CORREIO DO ESTADO