“O processo de abrir empresas é rápido, pois ele já está bem automatizado. Porém, conseguir licenças e alvarás é o que ainda é muito burocrático”, comenta. Esse quesito também inclui a parte de tributação, como as alíquotas internas de ICMS e IPTU e ISS.
Juliana explica ainda sobre a barreira tributária e como ela impacta a vida dos empreendedores. “As barreiras fiscais para o empreendedor local também são um fator, temos uma diferença nas alíquotas. Então, por exemplo, se um empreendedor compra uma máquina fora do Estado, ele ainda vai precisar pagar a diferença do imposto daqui”, explica.
O economista Michel Constantino fala sobre a Lei de Liberdade Econômica do Estado.
“Mato Grosso do Sul implantou a Lei de Liberdade Econômica para alavancar esse indicador [ambiente de negócios], mas outros municípios se apropriaram melhor de práticas para dar mais liberdade e incentivo a empreender. É necessário que os gestores públicos que estão à frente desse processo regulatório e de negócios implantem e façam a Lei de Liberdade Econômica valer para Campo Grande”, reforça.
No quesito infraestrutura, a Capital ficou em 71º, com uma nota 5,51. São levadas em consideração questões como o transporte interurbano, como conectividade via rodovias, decolagens e distância do porto mais próximo, além das condições urbanas que a cidade oferece, como o preço médio do metro quadrado, o custo da energia elétrica e a taxa de homicídios.
O quesito mercado, que leva em consideração o desenvolvimento econômico e os clientes potenciais, foi onde Campo Grande teve uma das notas acima da média, com pontuação de 6,31, ficando em 39º lugar no ranking.
O acesso a capital, que inclui operações de crédito por município, proporção relativa de capital de risco e capital poupado per capita, colocou Campo Grande em 33º lugar, perto da média, com 5,91.
No critério capital humano, que considera acesso e qualidade da mão de obra básica e qualificada, Campo Grande também ficou acima da média, com nota 6,17, e em 47º lugar no ranking nacional.
Em inovação, a Capital ficou em 57º lugar, com nota 5,72. Esse critério inclui condições não apenas para novos empreendimentos, mas empreendimentos inovadores.
A maior nota que a Capital conquistou foi no quesito cultura empreendedora. Nesse caso, Campo Grande ficou em 29º lugar, com nota 6,42.
Nacional
No índice geral, a melhor cidade para se empreender, conforme o relatório, é São Paulo (SP), seguida de Florianópolis (SC) e Joinville (SC). O presidente da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL), Adelaido Vila, ainda avalia que Campo Grande está em desenvolvimento.
“Assim como em todo o Brasil, o empreendedorismo é uma característica da nossa gente, que não tem medo de encarar desafios. Prova disso é que os setores que mais empregam [comércio e serviços] são formados em sua maioria de pequenas e médias empresas. A Capital sul-mato-grossense ano a ano vem aumentando o número de empresas ativas, mostrando que investir e empreender em Campo Grande vale a pena. Fechamos 2022 com um saldo de mais de 121 mil empresas ativas, um crescimento de quase 10% em relação ao ano anterior”, detalha.
“Diversas ações têm sido tomadas pela Prefeitura de Campo Grande para ampliar a matriz econômica, como a efetivação de rotas latino-americanas que conectarão o Centro-Oeste brasileiro ao Oceano Pacífico, transformando Campo Grande em importante hub de distribuição para o Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina e Chile. Abrindo portas para os principais consumidores do mundo e também aos grandes polos de tecnologia da Ásia e da América do Norte”, acrescenta.