O consumo de gás natural quase quadruplicou na última década em Mato Grosso do Sul. Conforme dados da MSGás, a expansão de unidades consumidoras foi de 386%, de 2014 até 2022. No ano passado, foram registradas 14.524 unidades, enquanto há quase dez anos havia 2.985 unidades.
A demanda acompanha a expansão do mercado imobiliário, uma vez que o gás natural é encontrado na maioria dos condomínios verticais e horizontais.
O gás natural é uma fonte de energia limpa e segura e oferece uma série de vantagens em relação a outras fontes de energia. O combustível é transportado por meio de tubulações subterrâneas, o que reduz o risco de vazamentos e explosões.
Além disso, é mais leve do que o ar, o que significa que, em caso de vazamento, ele se dispersa rapidamente e minimiza os riscos para os moradores.
De acordo com o presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi), Geraldo Barbosa de Paiva, a expansão do gás natural está diretamente relacionada com a busca por segurança, questão que tem sido determinante para a maioria das famílias na hora de escolher uma moradia.
Além disso, outro fator que também é um benefício do gás natural é a comodidade de não depender da vida útil de um botijão de gás de cozinha.
“Nós sabemos que a maioria dos acidentes registrados com incêndios e explosões está ligada ao gás GLP. Algumas pessoas não sabem instalar direito, não conhecem o processo de prevenção e isso pode causar uma série de acidentes graves, o que não acontece com o gás natural”, ressaltou.
“Com o gás natural, as pessoas não ficam suscetíveis ao incômodo de quando estiverem cozinhando o gás acabar, por exemplo. Isso causa uma certa frustração, um estresse desnecessário em quem está na operação da culinária do seu lar”, reforçou.
Síndico e morador do Vitalitá Condominium Club, Luiz Fernando Villar afirma que o fato de o condomínio ser abastecido de gás natural reforça a questão da segurança.
“Quando eu vim para cá, há seis anos, e vi essa instalação, achei muito positiva. O sistema traz a obrigatoriedade de manutenção, o que torna tudo mais seguro. Com o outro tipo de gás, que fica armazenado em botijões, sempre há risco de vazamento, é muito mais perigoso. O gás encanado é um serviço prático e seguro”, afirmou.
Essa demanda faz com que as incorporadoras apostem cada vez mais em projetos modernos, com a utilização do gás natural, para atrair clientes.
Conforme a diretora administrativa e financeira da HVM Incorporadora, Alice Bueno, todos os empreendimentos da marca contam com gás natural.
“Além de ser muito seguro, não há desperdício, havendo o aproveitamento total do gás e gerando muito menos resíduo, tornando o seu impacto ambiental também muito menor”, ressaltou.
Gás Natural Veicular
A tendência do consumo de gás natural também é perceptível no gás natural veicular (GNV), em virtude das variações constantes dos valores do combustível, principalmente entre motoristas que rodam, em média, mais de 100 km por dia.
O último levantamento de preços divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que analisou os preços dos combustíveis de 26 de fevereiro a 4 de março, mostra que a média do valor da revenda do GNV no Estado é de R$ 4,69 por metro cúbico, enquanto o da gasolina é de R$ 5,05 por litro.
Além disso, o GNV é um dos combustíveis que, por enquanto, continua de fora da reoneração de impostos anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no fim de fevereiro.
Também no mês passado, a MSGás anunciou que o preço do GNV teve queda de 10,23% na rede de postos revendedores em Campo Grande. Para motoristas da Capital, esse porcentual representa uma economia de 50 centavos, no caso de quem roda mais de 100 km por dia utilizando o GNV.
A gerente administrativa Karla da Silva Amorim comentou que o incremento já foi perceptível com aumento no consumo entre 25% e 30% no começo do ano. “Nosso movimento está crescendo a cada dia, e a tendência é continuar nesse ritmo”, disse.
O consumidor precisa levar em consideração os custos de instalação e também a quantidade de quilômetros rodados por dia. Em média, com R$ 100, o motorista consegue trafegar até 300 km, o que representa um custo de R$ 0,34 por quilômetro rodado.
FONTE: CORREIO DO ESTADO