Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu duas carretras carregadas com 170 quilos de cocaína escondidos em meio a carga de soja, nesta quinta-feira (24), na BR-163, em Dourados. Do interior de Mato Grosso do Sul, o entorpecente seria levado para o Porto de Santos e abasteceria países do exterior. O valor da droga poderia chegar a R$ 200 milhões no mercado internacional de drogas
Após ações de inteligência, policiais abordaram o um caminhão Iveco/Stralis, atrelado a dois semirreboques com placas de Presidente Prudente (SP), conduzido por um homem de 38 anos.
Como já havia a suspeita que o veículo transportava ilícitos, foi realizada uma vistoria minuciosa. Agentes encontraram um compartimento oculto nos reboques, onde estavam escondidos vários tabletes de cocaína.
Diante do flagrante, o motorista confessou o transporte da droga e disse que viajava em comboio com outra carreta, também carregada com soja, e indicou que o veículo estava aguardando em um posto de combustíveis próximo ao local da abordagem.
Policiais foram até o local e encontraram um caminhão Scania/G 420, placas de Tarumã (SP), acoplado a dois semirreboques, também com placas de Presidente Prudente. Logo na abordagem, o motorista, de 39 anos, confessou que também realizava o transporte de cocaína e foi escoltado até a Unidade Operacional da PRF, onde foi retirada a droga do caminhão.
Suspeitos disseram que descarregariam a carga de soja em Sarandi (PR) e, em seguida, levariam a cocaína até o Porto de Santos. Pelo transporte, cada um afirmou que receberia R$ 15 mil.
De Santos a droga seria levada para o exterior. Em países como Itália, cada quilo de cocaína custa a partir de US$ 30 mil – mais de R$ 120 mil. Considerando esta estimativa, a carga de 170 quilos apreendida está avaliada em
Os presos, a droga e as carretas foram encaminhadas à Polícia Federal em Dourados (MS).
TRÁFICO VIA PORTOS
O alto valor da cocaína no mercado internacional transformou o tráfico da droga, via portos marítimos, em um negócio bilionário. A diferença de preços na origem, Bolívia, por exemplo, até o seu destino no exterior acaba despertando a sanha do crime organizado, que, em nome do lucro, se arrisca na movimentação do produto por extensas rotas.
Na Bolívia, segundo fontes da Receita, o quilo de cloridrato de cocaína (pura) é vendido de US$ 2 mil a US$ 3 mil. Esse mesmo quilo chega ao destino com valores multiplicados várias vezes pelos atravessadores. Em países como Espanha, Portugal e Itália, no atacado, o quilo do entorpecente chega a ser vendido entre US$ 30 mil e US$ 40 mil. Entre o custo e a margem de lucro, são contabilizadas despesas com logística, transporte, riscos de perda de uma carga ou outra durante fiscalização, etc.
FONTE: CORREIO DO ESTADO