A agroindústria de suínos de Mato Grosso do Sul vai receber, a partir deste ano, investimentos na ordem de R$ 2 bilhões. O objetivo é garantir o atendimento às novas demandas mercadológicas.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, apontou os municípios de Sidrolândia, São Gabriel do Oeste, Dourados, Terenos, Bandeirantes e Jaraguari como destinos desses recursos, garantindo três fábricas de grande porte.

E disse, ainda, que outras fábricas menores serão instaladas no Estado.

O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas), Milton Bigatão, destacou que a planta frigorífica em São Gabriel do Oeste está em fase de ampliação. Hoje, a capacidade de abate é de três mil suínos por dia, mas o número chegará a cinco mil após a ampliação da unidade agroindustrial.

Em Dourados, essa capacidade é de quatro mil abates por dia e passará para 10 mil. Em todo o Estado, o número de suinocultores superou 200 e, segundo a Asumas, a cadeia produtiva está em plena ascensão.

Isso porque, em Sidrolândia – que é a bola de vez na pecuária suína –, será construída uma fábrica de ração, e os municípios de Terenos, Jaraguari e Bandeirantes farão parte desta cadeia produtiva.

Bigatão explica que de 30% a 40% da produção de suínos é consumida em Mato Grosso do Sul. O restante é comercializado para todo o Brasil, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Hoje, o setor gera 9 mil empregos diretos e outros 27 mil indiretos e, em todo o Estado, 25 municípios fazem parte da cadeia produtiva da suinocultura.

“Na Grande Dourados, municípios como Jateí, Rio Brilhante e Glória de Dourados também estão crescendo. No cenário nacional, o consumo cresceu 30%, e esta média também é a de Mato Grosso do Sul. O porco demora seis meses para ser levado ao abate. As perspectivas são boas, mas tivemos um aumento de 30% nos insumos, com destaque para milho e farelo de soja, e, no cenário internacional, acredito que novos mercados serão abertos, como houve com os bovinos e as aves”, detalhou Bigatão.

PREÇOS

Dados do Boletim Casa Rural, voltado para a área de economia e mercado, da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul), mostram que, em dezembro de 2022, o preço-base para o suíno vivo foi de R$ 6 o quilo, gerando uma alta de 1,01% em relação a novembro.

O boletim destacou também aumento do consumo e que no fim do ano esse movimento é normal e inclui a valorização no preço. Tanto é que, no comparativo anual, houve valorização nominal de 9,09%, antes os R$ 5,50 por quilo de dezembro de 2021.

Contudo, o valor médio de 2022 foi de R$ 5,25 por quilo, resultando em um valor 8,10% menor do que os R$ 5,72 registrados no ano de 2021.

Em dezembro de 2022, a relação de troca entre suíno, milho e farelo de soja se deu da seguinte forma: um quilograma de suíno possibilitou a aquisição de 5,11 quilos de milho ou 2,50 quilos de farelo de soja.

O resultado representou melhora de 15,38% na relação do suíno com o milho e retração de 1,29% entre suíno e farelo de soja, quando comparado ao igual período de 2021. Quanto à produção mensal, Mato

Grosso do Sul produziu 268,2 mil suínos para abate no mês de dezembro do ano passado. Esse número superou em 13,47% o resultado do mês imediatamente anterior. No ano passado, o abate de suínos superou 3 milhões de cabeças, refletindo em alta de 13,9%, quando comparado aos 2,6 milhões de animais abatidos em 2021.

EXPORTAÇÕES

No mercado exterior, as exportações de carne suína in natura sul-mato-grossense totalizaram US$ 4,23 milhões em receita e 1,74 mil toneladas no mês de dezembro de 2022.

De acordo com o Boletim Casa Rural, o resultado representou crescimento de 160,89% na receita e aumento de 126,50% no volume, ante os números de dezembro de 2021.

No ano passado, foram embarcados para o exterior US$ 37,9 milhões, o que dá 16,7 mil toneladas de carne suína, possibilitando um aumento de 20,38% na receita e queda de 10,27% no volume, quando comparados a 2021.

Em nível nacional, o Brasil faturou US$ 2,4 bilhões e embarcou 1,01 milhão de toneladas. Neste caso, o resultado refletiu em uma retração de 2,73% na receita e queda de 0,14% no volume, quando comparado ao ano de 2021.

Ainda de acordo com o boletim, o principal destino internacional da carne suína de Mato Grosso do Sul é Hong Kong. O país respondeu por 26,66% da receita com as vendas externas de carne suína in natura do Estado, com a compra de 4,50 mil toneladas.

O segundo lugar no ranking, com 15,26%, foi ocupado pelos Emirados Árabes. Singapura, em terceiro lugar, com 14,91% da receita e 2,03 mil toneladas. Uruguai, Tailândia, Argentina, Geórgia, Angola e República  Democrática do Congo são outros destinos das exportações.

O porto de Itajaí, em Santa Catarina, é responsável pela saída de 43,51% da carne suína exportada por MS.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO