O valor do salário mínimo deste ano é de R$ 1.320, o que representa um aumento de 8,9% em relação aos R$1.212 de 2022. O reajuste de R$ 108 está acima da inflação acumulada de 12 meses, mas, na prática, tem um impacto pequeno na hora de comprar a cesta básica em Campo Grande.

Como já mostrado pelo Correio do Estado, o levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)  aponta que, em dezembro de 2022, a cesta básica na Capital custava R$ 738,53. Dessa forma, o aumento representa  apenas 14% desse valor.

Assim, mesmo que o aumento tenha sido calculado acima da inflação acumulada nos 12 meses, o valor não fará grande diferença na hora de fazer a compra do mês, por exemplo, já que, dos R$ 1.320, R$ 738,53 já será comprometido com a alimentação.

Por outro, o economista Márcio Coutinho, afirma que, embora R$ 108 realmente represente um valor pequeno em comparação ao custo de vida do trabalhador, há uma expectativa do retorno do poder de compra dos consumidores já que a porcentagem está acima da inflação.

“Isso representa uma evolução real porque o crescimento foi acima da inflação, então, a expectativa é que reponha o poder de compra do consumidor”, afirma, embora enfatize que o aumento é pequeno porque a base de cálculo, que é o salário mínimo, também é pequeno.

“Imagine que uma cesta básica  custasse R$1.320 (o que é exagerado),então com um salário mínimo você comprava uma cesta básica. Então, a inflação aumentou 5,9% e o salário mínimo aumentou 8,9%, assim, mesmo corrigindo o valor dos produtos e o salário já daria pra comprar uma cesta e um pouquinho mais de produtos, o que a gente acha de poder de compra”, explicou Coutinho.

E completa: “Apesar de não ser tão grande em termos absolutos, em comparação com os percentuais houve um aumento real. Assim, a expectativa é que o poder de compra do consumidor aumente”.

Dessa forma, o poder de compra dos trabalhadores aumenta e, ainda de acordo com o economista, isso funciona na prática, também, como forma de injetar dinheiro na economia, já que o trabalhador passa a comprar mais produtos, além da cesta básica.

Além do custo da cesta básica, o Dieese também revelou que, em Campo Grande, os trabalhadores precisam trabalhar 134 horas e 04 minutos para comprar a cesta básica no valor divulgado em dezembro. Por este lado, a porcentagem representa um aumento ainda menor.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO