Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, divulgada nesta quarta-feira (09), aponta que, em outubro, os indicadores de endividamento e inadimplência aumentaram em Campo Grande.
Os dados da pesquisa mostram um aumento do índice de famílias com dívidas em contas parceladas, como cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros.
Tal índice ficou em 62,4%, sendo que, entre as famílias desse grupo, 30% indicavam contas em atraso e 13,1% que não tinham condições de pagar.
Em setembro, esses mesmos índices foram de 61,9%, 27,7% e 12,6%, respectivamente.
De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa Fecomércio MS, Regiane Dedé de Oliveira, esses números devem servir como um alerta.
“Embora os índices de endividamento e inadimplência de outubro de 2021 fossem ainda maiores, chegando a 64,3% das famílias com contas parceladas; das quais 32,6% com contas em atraso. As que informaram que não poderiam pagar, seguem no mesmo patamar”, observa.
Além disso, a economista destaca que os índices mostram que, ainda que a economia tenha apresentado sinais de melhora, como redução da inflação e do desemprego, os orçamentos das famílias seguem comprimidos.
O problema em relação aos baixos orçamentos atinge especialmente as de menor renda, uma vez que, entre as que recebem até 10 salários mínimos, 17% indicam estar muito endividadas contra 9,2% acima dessa faixa de rendimento.
Saiba
Segundo a pesquisa, o cartão de crédito lidera como principal meio de endividamento, apontado por 64,9%, seguido dos carnês (20,1%) e os financiamentos de carro e casa (10% cada).
A coleta dos dados é realizada sempre nos últimos dez dias do mês imediatamente
anterior ao da divulgação da pesquisa.
A pesquisa é realizada como forma de medir e, quem sabe prever, as consequências econômicas e sociais do endividamento das famílias.
Com efeito, o endividamento põe em questão o equilíbrio orçamental do indivíduo ou dos seus agregados familiares, com importantes implicações sociais e psicológicas.
Entre problema ligados ao endividamento estão a marginalização e a exclusão, problemas psíquicos, alcoolismo, dissolução das famílias, perturbações da saúde física e mental dos filhos das famílias endividadas etc.
Conforme destacado na própria pesquisa, além das fortes implicações econômicas em termos pessoais e familiares, e dos graves problemas psicológicos e sociais que lhe estão associados, não se pode esquecer dos efeitos do endividamento sobre o setor real da economia.
FONTE: CORREIO DO ESTADO