Estudo feito pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) de Mato Grosso do Sul aponta que a Rota Bioceânica trará economia ao bolso de toda a classe produtiva do Estado.
A distância, o tempo e o custo serão menores, proporcionando maior competitividade aos produtos brasileiros a serem exportados pela nova rota.
Em artigo técnico, a EPL mostra que as exportações saindo de Campo Grande para o porto de Santos (SP) e, de lá, até Shangai, na China, percorrem uma distância de 25.245 km, com um tempo de 54 dias e 8 horas.
Essas mesmas exportações saindo de Antofagasta – no Chile – somam uma distância de 20.929 km, com um tempo de 42 dias e uma hora. São 4.316 km a menos de distância e uma economia 12 dias e 7 horas.
E quando a questão chega ao custo, a economia para o bolso de quem exporta também é satisfatória.
De acordo com o estudo da EPL de Mato Grosso do Sul, a tonelada de qualquer produto saindo pelo porto de Santos tem um custo de US$ 342,44, enquanto que pelo porto de Antofagasta será de US$ 299,20.
Em cifras, a economia será de US$ 33,24 por tonelada, configurando-se em um custo 12,63% menor.
De acordo com a EPL, essas reduções dos custos logísticos e dos tempos de viagem passam a possibilitar um incremento no intercâmbio comercial do Brasil com novos mercados, aumentando a competitividade e fomentando o desenvolvimento regional através da formação de polos industriais e de clusters produtivos, facilitando a inserção do país na cadeia global e a agregação local de valor.
Jaime Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) explicou que a fase mais difícil do corredor bioceânico – ou Rota Bioceânica – já passou.
“Brasil, Paraguai, Argentina e Chile estão caminhando nas obras e a previsão é de que tudo fique pronto até o fim de 2025”, disse Jaime Verruck.
Além do custo, tempo e distâncias menores, a produção de Mato Grosso do Sul poderá escoar por quatro portos chilenos.
“Vamos ganhar muito tempo e produtividade. O próximo desafio é mostrar aos argentinos que será importantes estabelecer uma única cabeceira alfandegária em Porto Murtinho. Esse diálogo foi promissor com autoridades chilenas e paraguaias. Todos os projetos já foram aprovados pelos legislativos dos quatro países e uma mudança de governo – em nível federal – não vai mudar o andamento das obras”, detalhou Verruck.
A ponte, em Porto Murtinho, que vai ligar o Mato Grosso do Sul ao Paraguai – a um custo de R$ 150 milhões, com 13 km de extensão – vai ficar pronta em dezembro de 2024.
As obras já começaram dos dois lados – tanto o brasileiro, quanto o paraguaio. Na Argentina, faltam 100 km de estradas e uma ponte. No Chile e no Paraguai, as obras já foram licitadas.
“Os governos regionais entraram neste circuito e estão fazendo a sua parte, assim como o nosso governo, com a construção do anel viário e a duplicação de um trecho da pista”, frisou Verruck.
Em Porto Murtinho, a expectativa de uma conexão entre os oceanos Atlântico e Pacífico tem atraído investimentos em novos terminais e em infraestrutura de apoio ao longo da rota, a exemplo do pátio para estacionamento de caminhões.
Segundo Jaime Verruck, a capacidade é para 400 caminhões.
“O próximo desafio é fazer com que Porto Murtinho tenha uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE)”, antecipou Verruck.
A ZPE é uma área de livre comércio com o exterior, que é destinada à instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados no exterior.
As empresas que se instalam em ZPE têm acesso a tratamentos tributários, cambiais e administrativos específicos do regime.
“No caso de Porto Murtinho, produtos que fossem exportados ou importados passariam a ser montados aqui em Mato Grosso do Sul”, acrescentou Verruck.
O secretário disse, ainda, que não mais o menor risco de a obra atrasar.
FONTE: CORREIO DO ESTADO