Mato Grosso do Sul contratou 23% a mais de crédito rural na safra 2021/2022, o equivalente a R$ 18.145 milhões. A informação está contida no Balanço de Desempenho do Crédito Rural da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
No Brasil, o crescimento foi de R$ 42,19 bilhões. Em junho de 2021, foram disponibilizados R$ 251,2 bilhões, mas o montante atingiu R$ 293,41 bilhões de contratações.
Mesmo com as operações de crédito rural com recursos equalizáveis suspensas por quatro meses, o aumento foi de 19% se comparado ao mesmo período do ano passado. A exceção vale para o custeio no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
De acordo com o Balanço da SPA, a elevação da demanda de crédito rural na safra 2021/2022 foi favorecido pela baixa taxa de juros que ficaram negativas em parte do período. Sem contar os estímulos do mercado, voltados ao aumento de preços dos produtos agropecuários.
Os pequenos e médios produtores contraíram 13% a mais em crédito rural, isso fica em R$ 33,62 bilhões no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). No caso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o aumento foi de 21%, ou seja, R$ 40,17 bilhões. Os outros 20% que representam R$ 219,61 bilhões é voltado aos produtores que também contrataram a modalidade.
Os produtores familiares não tiveram as operações de custeio suspensas, e somado aos recursos dos demais produtores contribuiu para que o financiamento atingisse R$ 160 bilhões, 19% a mais do que no último período contratado. Os investimentos subiram 7% e alcançaram R$ 78,86 bilhões.
De acordo com o Boletim, os destaques são os financiamentos no Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC), que cresceu 41% e alcançou R$ 3,07 bilhões e do Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga), em R$ 1,07 bilhão, 34% a mais em contratações.
O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) foi responsável pelo crescimento de 37% dos financiamentos.
O diretor da Política de Financiamento ao Setor Agropecuário do Mapa, Wilson Vaz de Araújo, mencionou a importância da LCA no funding do crédito rural.
Segundo ele, as taxas de juros são livres e o crescimento de R$ 38,52 bilhões na safra 2020/21 para R$ 57,81 bilhões na safra 2021/22 foi de mais de 50%. A melhora corresponde a 20% das contratações totais.
Já a Poupança Rural Livre para o funding do crédito rural somou R$ 47,88 bilhões em contratações, 16% a mais em número de contribuintes.
A Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou por meio de nota à imprensa que “isso ocorreu porque, no decorrer do ano-safra, a disponibilidade de recursos e concessão de financiamentos nas fontes livres e controladas, mas não equalizadas, a exemplo das LCAs e dos Fundos Constitucionais, respectivamente, superaram as expectativas”.
Segundo o Ministério da Agricultura, as regiões com maior destaque e desempenho do crédito rural, se comparada as contratações da safra passada foram: Norte que contratou 28% a mais e totalizou R$ 22,89 bilhões, a região Sudeste elevou em 24% o número de contratos e somou R$ 69,95 bilhões e a região Nordeste teve aumento de 23%, e cresceu R$ 26,72 bilhões em crédito contratado.
A região Nordeste teve 735.776 novos contratos e a sul 578.338, e juntas tem 71% do total de contratos.
FONTE: CORREIO DO ESTADO