O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB) se reúne, nesta quarta-feira (11), com a diretoria Petrobras para tratar sobre venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3).

A fábrica, localizada em Três Lagoas, estava em processo de venda para o grupo russo Acron, mas, no dia 28 de abril, a Petrobras anunciou em comunicado ao mercado que a transação não foi concluída.

Conforme reportagem do Correio do Estado desta quarta-feira, o governo do Estado já vem pressionando a Petrobras para reabrir o processo de venda.

A viagem do governador ao Rio de Janeiro tem o objetivo de agilizar as negociações, para concluir a venda da fábrica ainda neste ano.

Segundo a assessoria do governo, o encontro será na parte da tarde.

Conforme adiantado pelo Correio do Estado na edição de 21 de fevereiro de 2022, o plano do grupo era “rebaixar” a unidade a uma misturadora e não manter o projeto original de produzir fertilizantes.

O comunicado enviado ao mercado pela estatal justificOU que, “tendo em vista que o plano de negócios proposto pelo potencial comprador, em substituição ao projeto original, impossibilitou determinadas aprovações governamentais que eram necessárias para a continuidade da transação”.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, explicou que precisa ser reaberto o processo de venda e que já há pelo menos dois grupos que demonstraram interesse no negócio.

No entanto, para que haja negociação, é preciso anunciar no mercado.

O objetivo do governo é agilizar com a Petrobras as tratativas, para que ainda neste ano seja concluído o processo de venda. Isto porque, depois da venda, quem for construir deve levar entre 1,5 a 2 anos para a fábrica entrar em operação, segundo Verruck.

Histórico

A fábrica localizada em Três Lagoas começou a ser construída em 2011. A unidade integrava um consórcio composto por Galvão Engenharia, Sinopec (estatal chinesa) e a Petrobras. Quando foi lançada, a planta estava orçada em R$ 3,9 bilhões.

Os responsáveis pela Galvão foram envolvidos em denúncias de corrupção durante a Operação Lava Jato, e com isso as obras foram paralisadas. A Petrobras absorveu todo o empreendimento desde então.

Quando as obras foram paralisadas, em dezembro de 2014, a estrutura da indústria estava 81% concluída.

O processo de venda da indústria teve início em 2018, com a Araucária Nitrogenados (Ansa), fábrica localizada na Região Metropolitana de Curitiba (PR). A comercialização em conjunto inviabilizou a concretização do negócio.

Em meados de 2019, a gigante russa de fertilizantes, Acron, havia fechado acordo para a compra da empresa. O principal motivo para que o contrato não fosse firmado na época foi a crise boliviana que culminou na queda do ex-presidente Evo Morales.

Já em fevereiro de 2020, a Petrobras lançou nova oportunidade de venda da UFN3. Dessa vez,  a estatal ofereceu ao mercado a unidade de forma individual.

As tratativas só foram retomadas no início deste ano com o mesmo grupo russo.

A unidade foi projetada para consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural para fazer a separação e transformar em 3.600 toneladas de ureia e outras 2.200 toneladas de amônia por dia.

O empreendimento passou a ser estratégico para ajudar a suprir a demanda por fertilizantes no País e principalmente para trazer desenvolvimento para o Estado.

 

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO