Mais de 32 milhões de wolbitos, mosquitos Aedes aegypti modificados que combatem a dengue, zika e chikungunya, já foram liberados em 33 bairros de Campo Grande.
A soltura dos mosquitos começou em dezembro de 2020, quando foi inaugurada a biofábrica do método Wolbachia, na sede do Laboratório Central de Campo Grande.
O método consiste na utilização do próprio Aedes Aegypti no combate às arboviroses, impedindo a transmissão das doenças.
O objetivo é que ainda haja mosquitos Aedes Aegypti, mas que não transmitam doenças.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Flávio Britto, o projeto representa uma ação positiva e o objetivo é expandir para outras cidades de Mato Grosso do Sul.
“As nossas equipes realizam o manejo para evitar o aumento de casos das arbovirores no Estado, mas para isto, contamos com a participação da população para manter os quintais, calhas e caixas d’águas limpos”, ressaltou.
Em Campo Grande, o projeto está na quarta fase de liberação dos wolbitos, segundo o gestor da organização WMP/Fiocruz no Brasil, Antonio Brandão.
As liberações da Fase 5 estão previstas para serem iniciadas entre o final de junho e começo de julho.
A previsão é finalizar o projeto até fevereiro de 2023, com monitoramento e entrega de resultados ocorrendo até janeiro de 2024.
Fases
Em quatro fases de implantação, o método Wolbachia está presente em dezenas de bairros de Campo Grande, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).
Os bairros contemplados na primeira fase, entre dezembro de 2020 e julho de 2021, são Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado.
Os bairros contemplados na segunda fase, entre julho de 2021 a outubro de 2021, são Taquarussú, Jacy, Jockey Club, América, Piratininga, Parati, Pioneiros, Alves Pereira, Centro Oeste e Los Angeles.
Os bairros contemplados na terceira fase, entre outubro de 2021 a março de 2022, são Jardim Veraneio, Carandá Bosque, Vila Carlota, Chácara Cachoeira, Dr. Albuquerque, Estrela Dalva, Jardim Paulista, Maria Aparecida Pedrossian, Noroeste, Rita Vieira, São Lourenço, Tiradentes, TV Morena, Universitário e Vilas Boas.
Os bairros que serão contemplados nesta quarta fase serão Coronel Antonino, José Abrão, Mata do Jacinto, Monte Castelo, Vila Nasser, Novos Estados, Nova Lima e Jardim Seminário.
A quarta fase está prevista para acabar em junho de 2022.
A Wolbachia, ao ser inserida ao Aedes Aegypti, impede que haja desenvolvimento de doenças como dengue, zika e chikungunya.
“A bactéria é adicionada ao ovo dele e, quando eclode, já está presente no Aedes, que ao se reproduzir com os mosquitos de campo, cria uma nova geração do Wolbito”, explica o pesquisador Luciano Moreira, líder do método no Brasil.
Além de Campo Grande, Niterói (RJ), Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ) também adotam o método Wolbachia como estratégia no combate à dengue.
FONTE: CORREIO DO ESTADO