Com um pagamento de R$ 649,6 milhões por mês para os titulares de seus benefícios, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se consolida como a maior fonte pagadora da economia de Mato Grosso do Sul.
Até o fim do ano, a Previdência Social estima injetar R$ 8,4 bilhões na economia do Estado.
O cálculo leva em consideração os pagamentos de todos os benefícios, o crescimento da base de beneficiários da Previdência Social até dezembro e também o pagamento do 13º para todos os 400.147 segurados do INSS.
A estimativa de crescimento da base de beneficiários feita pelo INSS é de aproximadamente 1,8 mil novos segurados por mês.
O volume de benefícios pagos mensalmente pela Previdência supera em quase R$ 200 milhões por mês o total do segundo maior pagador de salários do território sul-mato-grossense, que é o governo do Estado.
A gestão estadual tem uma folha de aproximadamente R$ 450 milhões por mês, contando o pagamento de benefícios para os servidores estaduais aposentados.
CÁLCULO
Quase um terço dos benefícios pagos mensalmente pelo INSS fica em Campo Grande.
A capital do Estado conta com 121.583 segurados, que movimentam na economia local R$ 232,3 milhões por mês.
Os aposentados por idade são a maioria entre os segurados da Capital: 26.474.
A cidade ainda tem 323.863 pessoas recebendo pensão por morte, 16.644 recebendo o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou amparo ao idoso, 15.737 aposentados por tempo de contribuição, 15.539 aposentados por invalidez e mais 12.330 deficientes que recebem auxílio da Previdência Social.
A cidade de Dourados é a segunda com o maior volume de segurados em Mato Grosso do Sul: tem 32.749 pessoas que recebem algum tipo de benefício.
Todos os meses, o INSS deixa R$ 54,3 milhões na economia da segunda maior cidade do Estado.
Assim como na Capital, a maioria dos que recebem algum benefício em Dourados é de aposentados por idade (8.294) e pensionistas (7.521).
O perfil da economia da cidade, com uma agroindústria forte, muda em relação a Campo Grande quando se trata do terceiro colocado entre os benefíciários: os aposentados por invalidez, que são 4.599 na cidade.
Dourados ainda tem 3.187 pessoas recebendo aposentadoria por tempo de contribuição, 3.059 pessoas recebendo o amparo ao idoso e 2.467 pessoas com o amparo ao deficiente.
OUTRAS CIDADES
A terceira cidade do Estado em volume de segurados é também a terceira maior cidade de Mato Grosso do Sul em população: Três Lagoas.
São 16.736 aposentadorias na cidade, o que representa uma movimentação mensal na economia do município de R$ 33,7 milhões com a folha do INSS.
Em seguida aparece Corumbá, onde estão 12.732 segurados, que movimentam R$ 21,6 milhões por mês na economia.
Em quinto lugar está Ponta Porã. A cidade de fronteira com o Paraguai tem 11.942 segurados da Previdência Social, que, juntos, recebem todos os meses R$ 16,3 milhões.
PROVA DE VIDA
No início do mês passado, o governo federal assinou uma portaria que altera as regras para a realização da prova de vida por aposentados e pensionistas.
Para provar que estava vivo e continuar recebendo os benefícios, o aposentado ou pensionista do INSS precisava comparecer presencialmente ao banco onde recebe o benefício, fazer biometria, apresentar o cartão de débito e um documento com foto.
Caso não fizesse isso, poderia ter o benefício suspenso.
Com as novas regras, o procedimento para a comprovação de vida dos segurados passará a ser feito por meio do cruzamento entre as bases de dados dos governos estaduais, municipais e federal e de instituições privadas.
Procedimentos como, por exemplo, registro de vacinação e consulta médica no Sistema Único de Saúde (SUS) ou emissão de passaporte, carteira de identidade e de habilitação serão usados pelo INSS para comprovar que o beneficiário está vivo.
Segundo as informações do governo federal, apenas quando não for possível essa comprovação de vida que o beneficiário será notificado, no mês anterior ao de seu aniversário, sobre a necessidade de realização do procedimento, preferencialmente, por meio eletrônico.
Segundo o INSS, o Brasil tem 36 milhões de aposentados e pensionistas, cerca de cinco milhões deles com mais de 80 anos, que precisavam se deslocar de suas casas para provarem que estavam vivos. (Colaborou Súzan Benites).
Revisão da vida toda
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria no dia 25 de fevereiro para que aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tenham direito à chamada “revisão da vida toda”.
Essa revisão poderá ser pedida pelos trabalhadores que começaram a contribuir para o INSS antes de 1994 e se aposentaram depois de 1999.
Com isso, o montante que circula mensalmente no Estado pode aumentar nos próximos anos.
No entanto, ainda é preciso aguardar a publicação da decisão, porque o julgamento no plenário virtual está previsto para ser finalizado até o dia 8.
Não cabe mais recurso do INSS, só embargo de declaração, mas isso não muda o julgamento.
A revisão só beneficia quem tinha altos salários antes de 1994 e cujas contribuições, ao serem computadas na aposentadoria, farão diferença no cálculo do valor.
Fonte: Correio do Estado