Classificada como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa Ômicron possui ainda um grande número de mutações.
De acordo com o infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda, a subvariante BA.2 pode se tornar a mais predominante nas próximas semanas.
“A tendência é de que essa cepa seja mais contagiosa, mas com pouco impacto em mortes e internações”, afirmou Croda.
De acordo com o Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs), até esta quarta-feira, foram detectados doze casos da sublinhagem BA.2 da Ômicron no Brasil, no estado de São Paulo (7), Rio de Janeiro (3), Santa Catarina (1) e Minas Gerais (1).
Conforme o infectologista, quem for contaminado pela cepa original continua suscetível a contrair a doença novamente pelas novas linhagens de subvariantes.
“A melhor combinação é vacina com infecção, isso garante uma proteção mais duradoura”, afirmou Croda.
Segundo o especialista, ainda é incerto o tempo de duração deste tipo de imunidade atrelado à vacinação e ao contágio pela doença.
Mato Grosso do Sul vive uma explosão de casos de Covid-19. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que, em apenas 16 dias, fevereiro deste ano já é o mês com o maior número de contágios, com 46.957 novos casos em MS.
O recorde anterior pertencia ao mês de junho de 2021, quando foram registrados 44.686 novos casos.
Identificada em novembro de 2021, a variante Ômicron da Covid-19 é responsável por 100% dos contágios da doença em Mato Grosso do Sul.
Segundo a SES, todas as 94 amostras analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entre os dias 4 e 8 de fevereiro deram positivo para esta nova cepa do coronavírus.
ATUALIZAÇÕES
A infectologista Priscilla Alexandrino explicou que as vacinas contra o coronavírus já estão passando pelo processo de atualização, por conta da circulação de diversas cepas e subvariantes da doença.
“Estão sendo feitas atualizações das vacinas em nível mundial nas grandes empresas, na Pfizer, Janssen e AstraZeneca. Mas atualmente os imunobiológicos que estão sendo aplicados são eficazes para as variantes até então identificadas”, reiterou Alexandrino.
A farmacêutica Pfizer e a BioNTech iniciaram estudos clínicos para uma vacina específica contra a variante Ômicron no dia 25 de janeiro.
A previsão é de que as pesquisas realizadas com voluntários de 18 a 55 anos sejam concluídas em março.
Em parceria com a Universidade de Oxford, a AstraZeneca divulgou no dia 21 de dezembro que atua no desenvolvimento da vacina específica para a Ômicron. Entretanto, ainda não foram divulgados detalhes da pesquisa.
INTERNAÇÕES
Mato Grosso do Sul registrou mais 2.390 casos de Covid-19 nesta quarta-feira (16).
Conforme boletim epidemiológico, com mais 16 mortes registradas, o total de vítimas da doença desde o início da pandemia subiu para 10.134. A taxa de letalidade está em 2,2%.
Dos casos ativos no Estado, 399 pessoas estão hospitalizadas, sendo 229 em leitos clínicos (229) e 170 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
A taxa de ocupação de leitos segue acima de 70% em todas as macrorregiões: Dourados (93%), Campo Grande (92%), Corumbá (88%) e Três Lagoas (71%).
Especialistas indicam intervalo de 30 dias para 4ª dose após o contágio
De acordo com o infectologista Julio Croda, é necessário que seja respeitado um intervalo de 30 dias para quem teve a Covid-19 receber qualquer dose de reforço, inclusive a quarta, já disponível no Estado para pessoas acima de 60 anos, profissionais da saúde e imunossuprimidos.
A infectologista Priscilla Alexandrino explicou que é apenas uma questão de tempo até que a dose de reforço seja liberada para toda a população.
“Todos tomarão a quarta dose, isso está relacionado à perenidade dos anticorpos e da imunidade celular”, reiterou.
O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, pontuou a importância das doses de reforço em idosos acima de 60 anos, haja vista que quase 200 mil pessoas em MS não completaram o esquema vacinal com a terceira dose.
“Estamos sendo pioneiros na 4ª dose para idosos acima de 60 anos. Inclusive todos os óbitos registrados no dia de hoje são de pessoas acima de 60 anos, por isso essa necessidade da quarta dose, pois estamos fazendo nosso papel de preservar vidas”, destacou Resende.
Abertura de leitos
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) anunciou nesta quarta-feira (16) a abertura de 50 novos leitos em 2022 para o enfrentamento da Covid-19.
Conforme a pasta, a ampliação das vagas deve ocorrer em diversas regiões do Estado, como Três Lagoas, Naviraí, Dourados, Ponta Porã e Amambai.
FONTE: CORREIO DO ESTADO