O número de acidentes no trânsito de Campo Grande no mês de janeiro aumentou nos últimos dois anos, mesmo com a população vivendo sob toque de recolher em decorrência da pandemia de Covid-19, no caso de 2021.
Em contrapartida, o número de mortes caiu pela metade. Este ano, foi registrado um acidente por hora na Capital.
Segundo dados da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), em janeiro de 2020, data antes da pandemia, houve 629 acidentes no trânsito da Capital, dos quais 333 foram sem vítimas e 286 com feridos. Dez pessoas morreram no trânsito.
Já em janeiro de 2021, ano em que Campo Grande estava com o toque de recolher a partir das 22h, a cidade registrou 927 colisões.
Desse número, 648 acidentes não tiveram vítimas, 269 resultaram em feridos e dez pessoas morreram.
Em 2022, esse número caiu para 762, menor em relação a 2021, no entanto, alto se comparado com 2020. Foram 551 sem feridos e 206 com vítimas. Cinco morreram nas colisões.
Essa quantidade de acidentes impacta diretamente nas internações. Segundo a Santa Casa de Campo Grande, no mês de janeiro de 2022, houve 350 entradas por acidente de trânsito. No mesmo período de 2021 foram 353, número menor do que o de 2020, com 354.
A Polícia Militar associa o aumento de ocorrências registradas ao sistema do boletim on-line, que proporciona o registro do sinistro do lugar de onde o cidadão estiver.
Desde 2019, o sul-mato-grossense conta com o serviço de registro de Boletim de Ocorrência de Acidente de Trânsito (Boat) on-line.
O aplicativo está disponível apenas para acidentes sem vítimas e que não se caracterizem crime de trânsito.
De acordo com o comandante do BPTran, tenente-coronel Wellington Klimpel do Nascimento, os números de sinistros aumentaram em razão da facilidade para o cidadão registrar o boletim da ocorrência.
Além disso, a busca pelo serviço, somada ao registro feito no local, ajuda na estratégia de policiamento da PM.
“Esses boletins on-line, junto com o boletim feito no local, nos auxiliam muito a colocar as nossas viaturas para fazer policiamento. É baseado na extração de dados desses boletins, junto com os outros, que a gente faz a locação das nossas viaturas nas ruas”, disse.
LOCALIDADES
Segundo levantamento de dados do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPMTran), entre 2020 e 2021, a Avenida Afonso Pena (que tem 7,8 km de extensão) foi a mais perigosa de Campo Grande.
A via ficou em primeiro lugar no número de acidentes registrados no ano inteiro. Em 2020 foram 351, e no ano passado, 383 sinistros.
Em segundo lugar está a Avenida Duque de Caxias ( 6,1 quilômetros), palco de 169 colisões em 2020 e 216 em 2021.
As avenidas Mato Grosso e Guaicurus ocupam o mesmo espaço, em terceiro lugar. Ambas registraram 167acidentes em 2020 e 190 em 2021.
Ainda segundo a pesquisa, sexta-feira é o dia da semana em que mais ocorreram acidentes, e o horário mais complicado para a cidade é o das 17h.
POSSÍVEIS CAUSAS
Conforme noticiado pelo Correio do Estado, várias ocorrências de sinistros estão relacionadas a panes dos semáforos espalhados pelos cruzamentos de Campo Grande, segundo informação do próprio Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS).
Neste ano, no dia 25 de janeiro, semáforo danificado no cruzamento da Avenida Thirson de Almeida com a Avenida Raquel de Queiroz, no Aero Rancho, ocasionou um acidente envolvendo um caminhão e uma caminhonete, deixando uma pessoa ferida.
Equipe de reportagem saiu pelas vias do município na quarta-feira (2) e identificou pelo menos três semáforos danificados, dos quais dois estavam interferindo no fluxo de carros.
A prefeitura mantém um contrato com o Consórcio CAM, que faz a implantação, manutenção preventiva e o conserto da sinalização horizontal, vertical e semafórica.
Com a última prorrogação, houve um reajuste de 3,6% no valor do contrato, que hoje está em R$ 42.530.475,01, válido até abril deste ano.
FONTE: CORREIO DO ESTADO