Com a pressão de servidores públicos de alto escalão pela melhoria de condições de carreira, o Brasil pode enfrentar em poucos dias uma situação caótica na fronteira com o Paraguai, na região de Mundo Novo, em Mato Grosso do Sul.
Isso porque, com a intensificação do escoamento da safra de soja, o fluxo de caminhões deve aumentar entre os dois países. O momento coincide com o momento em que os auditores-fiscais ameaçam paralisação das atividades.
De acordo com nota do Sindicato dos Auditores-fiscais de Mato Grosso do Sul (Sindifisco-MS), os trabalhos na região já sofrem impactos da operação-padrão da classe. Anderson Burili comentou com os representantes da Receita que, mesmo sem uma grande movimentação, atualmente a alfândega de Mundo Novo já registra a formação de filas.
Caso haja restrição na passagem de cargas pela hidrovia do rio Paraná, devido à vazão controlada da hidrelétrica de Itaipu, os auditores fiscais alertam para uma demanda enorme de caminhões e carretas nos postos de fronteira com o Paraguai.
O tema foi assunto de uma reunião com o titular da Alfândega da Receita Federal, ocorrida na última quinta-feira (27). Os auditores ainda disseram que a situação é a mesma em vários postos espalhados pelo Brasil.
A classe reivindica regulamentação do bônus por produtividade, acordado desde 2016, maior contingente de servidores, último concurso público feito foi em 2014, e reclama do corte orçamentário feito para 2022, retirando mais da metade do disposto para o ano.
Diminuição
Conforme já divulgado pelo Correio do Estado, os protestos dos auditores-fiscais se iniciaram na última quinzena de dezembro de 2021. Além de atrasos no escoamento de grãos e produtos, o imposto de renda pessoa física também pode sofrer atrasos em 2022.
A manifestação dos servidores da Receita Federal é um movimento que está sendo feito há cerca de um mês e meio e teve como principal ponto de ebulição o corte para o orçamento do setor.
Segundo apuração do Correio do Estado, o orçamento da Receita Federal vem sofrendo cortes gradativos. Para 2022, o orçamento previsto para custeio era de R$ 2,5 bilhões. Com o corte o valor atualizado é de R$ 1,3 bilhão para o setor.
Sem esse R$ 1,2 bilhão, os auditores entenderam que as deficiências vão não só prosseguir, como podem ser aumentadas.
Fonte: Correio do Estado