Auditores-fiscais da Receita Federal estão há 25 dias em operação padrão, uma vistoria rigorosa que provoca fila com mais de 500 veículos de carga em três municípios de Mato Grosso do Sul: Corumbá, Mundo Novo e Ponta Porã.

A operação é uma forma de protesto feita pelo Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) contra corte de R$ 1,2 bilhão no orçamento para 2022, desacordo no pagamento de bônus de produtividade para a categoria e ausência de concurso público para a classe desde 2014.

Só em Porto Seco de Corumbá (Agesa), o principal corredor de comércio exterior do Brasil com a Bolívia, passa diariamente cerca de 200 carretas, é onde a espera está mais crítica. Até o fim da tarde de quarta-feira (19), havia 313 veículos no pátio do local e outros 27 fora, aguardando a abertura de vagas.

Na fronteira com o Paraguai, em Mundo Novo, eram 70 caminhões. Cenário parecido com o de Ponta Porã, onde tem, pelo menos, 60 caminhões aguardando liberação.

Com os veículos de carga pesada lotando as ruas e pátios da unidade, Ponta Porã começa a enfrentar desabastecimento de certos tipos de produtos, como cimento.

O pleito pelas melhorias da categoria vem desde o ano passado, quando auditores-fiscais que ocupavam postos de chefia entregaram os cargos, e adotaram a meta zero, ou seja, ações e fiscalizações não serão concluídas e projetos operacionais estão paralisados.

Conforme o Sindifisco, a categoria decidiu em assembleia não participar de protestos junto a outras categorias do funcionalismo público federal que ocorreram na terça-feira (11), já que a categoria não está lutando por reajuste salarial.

Fonte: Correio do Estado