Campo Grande incluiu adolescentes com comorbidades no Plano de Vacinação do município na manhã desta quinta-feira (1º) e na fila de espera para a aplicação, o clima era de alívio entre os familiares de quem receberia a dose.
A auxiliar administrativa, Pâmela da Rosa, 33 anos, levou o filho de 12 anos, Robert Fernandes, para receber o imunizante no Guanandizão. Ele possui Miocardiopatia Hipertrófica e está na fila para transplante.
“Desde ontem, quando vi que ele ia vacinar, fiquei só chorando, só de falar já até me emociono. Porque eu estou há um bom tempo sem abraçar, sem pegar ele. Eu trabalho com público, então é difícil”, disse a mãe emocionada.
Pâmela conta que ela e seu marido trabalham em contato com outras pessoas, por isso, se isolaram dos filhos e pararam de compartilhar objetos, como copos e talheres.
“Hoje depois de quase dois anos que eu peguei na mão dele, tanto é que eu não fico perto dele, porque tenho medo, receio, a gente não sabe como é né. Agora vamos poder abraçar, pegar na mão”, completou.
O estudante Mateus Teixeira, de 16 anos, tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e foi com o irmão, Roberto Teixeira, 39, se vacinar. Enquanto a profissional da saúde preparava a seringa que seria usada para a aplicação, Mateus não conseguia conter a alegria e mexia as mãos em ansiedade.
“Estava ansioso, agora estou feliz. Quero voltar para as aulas de cavalo, de música e para a escola”, disse.
Para o irmão, a dose é o início de dias melhores para Mateus, que sofre por ter que ficar tanto tempo em casa desde o ano passado.
“É uma coisa que a gente estava esperando faz tempo, ele está sofrendo muito dentro de casa. Mesmo que o TEA dele seja mais leve, ele tem mais dificuldades, porque ele gostava de sair, tinha uma vida ativa”, disse Roberto.
Para a mãe Patrícia de Souza, 37, que é professora, a vacina significa que a filha poderá voltar a frequentar as aulas presenciais.
“Tem previsão de voltar as aulas e não eu não ia deixar ela ir para a escola sem ter pelo menos uma dose da vacina, então fico mais tranquila”, relatou.
A estudante Letícia Ribeiro, 16, sofre com asma grave e afirmou que já estava ansiosa para receber o imunizante.
“É um alivio para mim, lé em casa todo mundo já esta vacinado, só eu que estava com risco ainda. Vou continuar com os cuidados, mas agora mais tranquila”, assegurou.
Só na manhã desta quinta, 1.672 pessoas foram vacinadas. De acordo com o Vacinômetro, 41.59% da população de Campo Grande recebeu a primeira dose, 18.75%, as duas, e 0.59% se vacinaram com a dose única.
Além dos adolescentes com comorbidades de 12 a 17 anos, podem se vacinar hoje pessoas com 42 anos ou mais.
Paralelamente, o município dá continuidade à aplicação da segunda dose da Coronavac para quem se vacinou até o dia 12 de junho e de AstraZeneca para quem se vacinou até o dia 1º de maio.
Para a vacinação dos adolescentes, estão sendo utilizadas doses da Pfizer, seguindo deliberação da Comissão Intergestores Bipartite (CIB).
FONTE: CORREIO DO ESTADO